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    “Cruzeiros são armadilhas para transmissão da Covid-19”, diz sanitarista

    Sérgio Zanetta afirma que recomendação da Anvisa de suspensão da temporada de cruzeiros "já deveria ter sido prevista" anteriormente

    Produzido por Ludmila Candal e Juliana Alvesda CNN

    Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou a suspensão provisória da temporada de navios de cruzeiro, após duas embarcações registrarem surtos de coronavírus entre os viajantes.

    Para Sérgio Zanetta, sanitarista e professor de Saúde Pública e epidemiologia do Centro Universitário São Camilo, a decisão já deveria ter sido tomada anteriormente pela Agência, pois os cruzeiros são “armadilhas para transmissão da Covid-19”.

    “Tirando o convés, o navio é inteiramente refrigerado. É um único ar que circula e, portanto, se tiver uma pessoa contaminada a chance de disseminar o vírus é muito grande”, afirmou Zanetta, em entrevista à CNN neste sábado (1).

    Segundo o professor, mesmo que seja solicitado o comprovante de vacinação e exames prévios, há algumas falhas possíveis, que fez com que os navios de cruzeiros virassem armadilhas.

    “O problema é alguém autorizar a temporada de cruzeiros com o quadro epidemiológico que temos. Enquanto houver transmissão sustentada pela Covid, este tipo de evento não é recomendado”, afirmou.

    “Realizar eventos em ambientes abertos ainda tem algum sentido, mas em ambientes confinados, como em um navio, é totalmente fora de propósito”, acrescentou o sanitarista.

    Outro lado

    Em contraponto à entrevista do sanitarista, a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) afirma que as normas impõem o ar fresco sem recirculação. Veja abaixo os protocolos vigentes:

    • Vacinação completa obrigatória para hóspedes e tripulantes (elegíveis dentro do Plano Nacional de Imunização).
    • Testagem pré-embarque (PCR até três dias antes ou Antígeno até um dia antes da viagem).
    • Testagem frequente de, no mínimo, 10% das pessoas embarcadas e tripulantes.
    • Capacidade reduzida a bordo para facilitar o distanciamento social de 1,5m entre os grupos e permitir a distribuição de cabines reservadas para isolar casos potenciais.
    • Uso obrigatório de máscaras.
    • Preenchimento de formulário de saúde pessoal (DSV – Declaração de Saúde do Viajante).
    • Ar fresco sem recirculação, desinfecção e higienização constantes.
    • Plano de contingência com corpo médico especialmente treinado e estrutura com modernos recursos para atendimento dos hóspedes e tripulantes.
    • Medidas de rastreabilidade e comunicação diária com a ANVISA, Municípios e Estados.