Por g1


Imagens mostram momentos após pedra atingir lanchas em Capitólio, MG

Imagens mostram momentos após pedra atingir lanchas em Capitólio, MG

O desabamento de pedras em um cânion no lago de Furnas, em Capitólio (MG), deixou 10 mortos neste sábado (8) após atingir 4 embarcações que estavam na área.

Veja o que se sabe e o que ainda falta esclarecer:

  • Quantos mortos e feridos no acidente?
  • Quem são as vítimas fatais?
  • Qual o horário do deslizamento?
  • Quais as causas do desmoronamento?
  • Como é a formação rochosa da região?
  • Os turistas podiam estar no local?
  • Como é o Lago de Furnas em Capitólio?

Quantos mortos e feridos no acidente?

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou 10 mortes pelo deslizamento até a última atualização desta reportagem. 4 embarcações receberam impactos de pedras (sendo que 2 foram atingidas diretamente pelo paredão).

Ao todo, 34 pessoas estavam envolvidas no acidente; 27 pessoas foram atendidas e liberadas com ferimentos leves, mas 2 ainda estão internadas.

A estimativa inicial era de que 20 pessoas podiam estar desaparecidas, mas os bombeiros atualizaram que não há mais desaparecidos. O número havia sido levantado com base em relatos de empresas de turismo e familiares de pessoas na região.

As buscas continuam, mas os trabalho foram suspensos durante a noite para a segurança da equipe de resgate, e serão retomados na manhã de domingo. 40 bombeiros e mergulhadores estão no local, mas o mau tempo impediu a chegada do helicóptero do Corpo de Bombeiros ao local.

Quem são as vítimas fatais?

Todas as vítimas fatais estavam na mesma lancha, chamada 'Jesus'.

Um homem de 68 anos e natural de Alpinópolis foi primeira vítima identificada do desabamento de rochas.

Veja abaixo quem são as vítimas da tragédia em Capitólio:

  • Julio Borges Antunes, 68 anos, natural de Alpinópolis (MG)
  • Maycon Douglas de Osti, 24 anos, nascido em Campinas
  • Camila da Silva Machado, 18 anos, nascida em Paulínia
  • Sebastião Teixeira da Silva, 64 anos, natural de Anhumas
  • Marlene Augusta Teixeira da Silva, 57 anos, natural de Itaú de Minas
  • Geovany Teixeira da Silva, de 37 anos, natural de Itaú de Minas
  • Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos, natural de Alfenas
  • Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35 anos, natural de Passos
  • Rodrigo Alves dos Anjos, 40 anos, nascido em Betim
  • Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos, natural de Cajamar (SP)

Qual o horário do deslizamento?

O desmoronamento das rochas aconteceu por volta de 12h30, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

Quais as causas do desmoronamento?

Especialistas afirmam que o desabamento do paredão pode ter sido acelerado por causa da erosão do solo e infiltrações de água das fortes chuvas que atingem a região. No domingo, prefeito de Capitóio disse que não havia trabalho de prevenção no local do acidente.

Prefeito de Capitólio diz que não tinha trabalho de prevenção no local do acidente

Prefeito de Capitólio diz que não tinha trabalho de prevenção no local do acidente

Ainda não há informações oficiais sobre as causas do incidente. Pela manhã de sábado, a Defesa Civil de Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de "cabeça d'água' na região de Capitólio, mas ainda não há uma confirmação de isso ser a causa das quedas no cânion.

A Marinha disse que será investigado por que os passeios foram mantidos mesmo com os alertas.

Por meio de nota, a Marinha do Brasil informou que um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente. A Polícia Civil também investiga o caso.

Um segundo vídeo mostra passageiros de uma das lanchas tentando avisar sobre o deslizamento da pedra segundos antes de ela cair:

Passageiros de lancha tentam avisar sobre desabamento de cânion em Capitólio, MG

Passageiros de lancha tentam avisar sobre desabamento de cânion em Capitólio, MG

Em entrevista a GNews, geóloga Joana Paula Sanchez, professora de geologia da Universidade Federal de Goiás, disse que mapeamento das áreas de risco poderia ter evitado o acidente. Veja:

Geóloga diz que mapeamento geológico poderia evitar tragédia em Capitólio (MG)

Geóloga diz que mapeamento geológico poderia evitar tragédia em Capitólio (MG)

Como é a formação rochosa da região?

A região de Capitólio é basicamente formada por rochas sedimentares que possuem uma resistência menor.

"A entrada de água nessas áreas podem fazer a rocha perder a coesão, que é a resistência interna. E pode haver uma ruptura como essa", explicou tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Forma como rocha caiu em Capitólio (MG) agravou situação, diz bombeiro

Forma como rocha caiu em Capitólio (MG) agravou situação, diz bombeiro

Gustavo Cunha Melo, especialista em gerenciamento de risco, disse em entrevista à GNews que a rocha aparentava estar com muita erosão. "A tromba d’água pode explicar o desabamento neste momento? Pode, assim como também não precisava nada – ela ia desabar em algum momento por erosão, por um processo natural", afirmou.

Aihara explicou que o desmoronamento de rochas é comum em Capitólio, mas o que agravou a situação foi o tamanho e modo como as pedras caíram. "Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular, e pelo tamanho da rocha, a gente acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas", disse.

Geralmente, esse tipo de desmoronamento acontece com as rochas caindo até mesmo "de pé", e não perpendicular, como foi neste acidente.

Os turistas podiam estar no local?

Após o incidente, a área foi isolada e não pode mais receber turistas pode tempo indeterminado. Os bombeiros disseram que cabe a Marinha informar se os turistas poderiam estar no local.

O prefeito de Capitólio, Cristiano Silva, disse em entrevista à GloboNews que nenhuma norma impedia as lanchas de estar naquele local, próximas do paredão. Segundo ele, o que não pode é atracar no cânion para que os banhistas entrem na água.

Como é o Lago de Furnas em Capitólio?

Conhecido como "Mar de Minas", o Lago de Furnas é um dos maiores lagos artificiais do planeta. A região é formada por seus famosos cânions e águas navegáveis. Antes da chegada da água, haviam diversas fazendas que agora estão submersas.

Globo Repórter passeia pelo céu e pelas águas do estado de Minas Gerais

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Veja mais vídeos sobre o tragédia em Capitólio:

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