A tragédia gaúcha é de direita e esquerda

Quando vai cair a ficha de que as mudanças climáticas são reais? O que está acontecendo no Rio Grande do Sul não é normal. Uma capital brasileira, uma das capitais mais ricas do Brasil, submersa porque a lagoa Guaíba subiu o nível e não desce. Não consegue escoar a água para o Atlântico com a mesma velocidade em que chega. Estamos na quarta-feira e mais regiões de Porto Alegre seguem sendo inundadas. Não parou ainda. Mais de duzentas mil pessoas desabrigadas. Cem mortos.

Maioria dos cientistas climáticos preveem que aquecimento global ultrapasse meta de 1,5°C

Uma pesquisa do Guardian mostra que centenas de cientistas climáticos do mundo todo esperam que as temperaturas globais subam pelo menos 2,5°C acima dos níveis pré-industriais neste século, ultrapassando a meta de 1,5°C firmada pelos países no Acordo de Paris. Quase 80% dos entrevistados, todos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), preveem ao menos 2,5°C de aquecimento, enquanto apenas 6% dos consultados consideram que o teto de 1,5°C será cumprido. Muitos dos especialistas avaliam que o planeta passará por um agravamento da fome, conflitos e migrações em massa, impulsionados por ondas de calor, incêndios florestais, inundações e tempestades com mais força e frequência do que já ocorreu até agora. Mas, muitos disseram que a luta climática deve continuar, porque cada fracção de grau evitada pode reduzir o sofrimento humano. (Guardian)

Ibovespa sobe 0,21%, e dólar avança 0,47%

À espera da decisão do Copom, que só saiu após o fechamento da B3, Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,21%, aos 129.480,89 pontos. O dólar comercial subiu 0,47%, a R$ 5,09, com os investidores buscando proteção antes da decisão sobre a taxa básica de juros, que foi reduzida em ritmo menor, de 0,25 p.p. Em Nova York, o Dow Jones fechou em alta de 0,44%, o S&P 500 permaneceu estável, enquanto o Nasdaq recuou 0,10%. (InfoMoney)

Copom reduz ritmo e corta Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,50% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa básica de juros pela sétima vez seguida, mas diminuiu o ritmo da flexibilização. Desta vez, o corte na Selic foi de 0,25 ponto percentual, passando de 10,75% para 10,50% ao ano — menor patamar desde fevereiro de 2022, quando o BC elevou a taxa de 9,25% para 10,75%. A decisão não foi unânime, refletindo os votos do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e dos diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. Já Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira — todos indicados pelo governo Lula — votaram por manter o corte de 0,50 p.p, como nas seis reuniões anteriores. Para o comitê, a conjuntura atual — caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador — demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. Além disso, o ambiente externo tem se mostrado mais adverso, em função da incerteza quanto ao início do corte de juros nos Estados Unidos e à velocidade de uma queda sustentada da inflação em diversos países. (InfoMoney)

Senado aprova recriação do seguro DPVAT

Por 41 votos a 28, o plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que recria o DPVAT, agora batizado de Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT). O texto segue agora para sanção presidencial. O valor a ser pago pelos motoristas e o da indenização serão definidos pelo Conselho Nacional de Seguros Privados. O relator e líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o valor estimado pelo Ministério da Fazenda é entre R$ 50 e R$ 60 por ano por condutor, sem distinção entre motociclistas e motoristas de carro. O projeto de lei não estabelece a data de início da cobrança. O DPVAT foi extinto por Jair Bolsonaro (PL) em 2019 e deixou de ser cobrado em 2020. Apesar disso, a cobertura continuou sendo paga com recursos federais de um fundo administrado pela Caixa. O valor estava prestes a esgotar e uma das principais preocupações é com a situação de motociclistas que não têm seguro. (Folha)

Google revela IA que prevê comportamento de moléculas humanas

O Google DeepMind e a Isommorphic Labs revelaram uma versão mais poderosa do AlphaFold, inteligência artificial que ajuda cientistas a compreenderem o comportamento dos mecanismos microscópicos que impulsionam as células humanas. Além de prever o formato das proteínas, a tecnologia pode antever o comportamento de outros mecanismos biológicos, como o DNA, onde o corpo armazena informações genéticas, e o RNA, que transfere informações do DNA para as proteínas. Uma versão inicial da IA, lançada em 2020, resolveu um quebra-cabeças que os cientistas tentavam solucionar por mais de 50 anos, que era a forma tridimensional das proteínas individuais do nosso corpo. (New York Times)

Coteminas, grupo do presidente da Fiesp, pede recuperação judicial

Grupo do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, a Coteminas anunciou nesta quarta-feira que a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da companhia. Segundo fato relevante, o objetivo é garantir a “preservação das atividades empresariais e de ativos das companhias e suas controladas”. O pedido foi apresentado depois de a Coteminas ser notificada do vencimento antecipado de debêntures pelo fundo de investimento FIP Ordenes. Os papéis de dívidas foram emitidos em maio de 2022 pela Ammo Varejo, uma das empresas do grupo têxtil, dona das marcas mmartan e ARTEX. A Justiça determinou a suspensão temporária da notificação, que incluía a consolidação da propriedade das ações da Ammo. Em comunicado ao mercado em abril, a empresa informou que os negócios vinham sendo impactados por redução da demanda de produtos para o lar, aumento do custo dos insumos e juros elevados. Em meio à crise, a Coteminas se tornou a principal parceria nacional da Shein com 2 mil confeccionistas que passaram a ser fornecedores da varejista chinesa, além de investimentos em treinamento e modernização nas fábricas. (Globo)

Chuvas no Rio Grande do Sul já deixam 100 mortos pelo estado

A tragédia que atinge o Rio Grande do Sul já deixou 100 mortos e outros quatro em investigação, segundo levantamento da Defesa Civil divulgado na tarde desta quarta-feira. Ainda há 128 pessoas desaparecidas e 372 feridas. As chuvas que assolam o estado afetaram 1.456.820 pessoas em 417 dos 497 municípios, deixando 163.720 desalojadas e 66.761 em abrigos temporários. O nível do lago Guaíba começou a baixar na manhã de hoje, chegando a 5,08 metros, ante os 5,33 metros registrados entre domingo e segunda-feira, mas o patamar ainda é muito alto, já que a cota de alerta é de 2,5 metros. (CNN Brasil)

Aliados de Trump amplificam suas mensagens publicadas na Truth Social

Para ler com calma. Aqueles que estão preocupados com o impacto das mensagens incendiárias e muitas vezes imprecisas de Donald Trump há muito procuram formas de limitar seu alcance. No entanto, três anos depois de ser suspenso das principais redes sociais, uma análise do Washington Post mostra como esses esforços falharam. Trump é uma força política potente como sempre, com um exército de amplificadores que asseguram que suas mensagens – verdadeiras ou falsas – cheguem a uma ampla faixa do público americano. Ele criou sua própria plataforma de mídia social, a Truth Social. No entanto, apesar da sua base de usuários relativamente pequena, a Truth Social é influente por sustentar as redes de influenciadores do movimento MAGA, guerreiros culturais e negacionistas eleitorais que impulsionam os meios de comunicação de direita e orientam a retórica e as políticas de muitos republicanos eleitos. E conecta Trump diretamente a influenciadores com enormes redes e públicos fora da plataforma. (Washington Post)

‘Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar’, diz pesquisador

A reconstrução do Rio Grande do Sul precisará ser planejada considerando as áreas mais seguras e resistentes às variações climáticas extremas, que vieram para ficar. A afirmação é do eco?logo Marcelo Dutra da Silva, doutor em ciências e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que em junho de 2022 já alertava sobre as mudanças no comportamento das chuvas desde 2013. “Não adianta querer reconstruir tudo o que foi destruído nesse evento de agora tentando fazer como era antes. Isso já não dá mais”, diz. “Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar. É preciso afastar as infraestruturas urbanas desses ambientes de maior risco, que são as áreas mais baixas, planas e úmidas, as áreas de encostas, as margens de rios e as cidades que estão dentro de vales.” (BBC Brasil)