O presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta segunda-feira (31), que a falta a depoimento marcado pela Polícia Federal, na última sexta (28), foi uma "decisão do advogado", em referência às orientações do chefe da AGU (Advogado-Geral da União), Bruno Bianco.
"A decisão foi do advogado. É como um médico, né... Para mim, eu sigo as orientações. Porque, afinal de contas, melhor do que discutir, com todo respeito a vocês da mídia... Tem que discutir nos autos", declarou Bolsonaro em entrevista à TV Record.
A oitiva com o presidente estava marcada para as 14h de sexta, em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. No entanto, o político enviou à PF uma declaração na qual dizia exercer o "direito de ausência".
Na versão da defesa, o posicionamento é respaldado em decisão do Supremo que tratou dos direitos de investigados em apurações policiais.
"Seguindo orientações do advogado-geral da União, Bruno Bianco. Tudo que foi tratado com esse advogado, que nos defende, eu cumpri à risca. E, com toda certeza agora, o plenário do Supremo Tribunal Federal vai decidir essa questão", disse Bolsonaro na entrevista.
O presidente é investigado por ter divulgado em suas redes sociais, em agosto do ano passado, documentos sobre uma tentativa de invasão aos sistemas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O objetivo do presidente, à época, era questionar a segurança das urnas eletrônicas.
Em evento no Rio de Janeiro, o presidente afirmou que o inquérito não era sigiloso, mas "transformou-se em sigiloso depois da live".
"Eu não vou entrar nesse cipoal. O que nós temos é que acreditar na Justiça. Quando a Justiça começa a agir como partido político... Eu entreguei na mão do advogado-geral da União para discutir."
Colaborou Nicola Pamplona
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