Alexandre de Moraes reage a Monark: “Criminosa apologia ao nazismo”
Comunicador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu em podcast autorização para a existência de um partido nazista no Brasil
atualizado
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O abuso pelo comunicador Bruno Aiub, conhecido como Monark, do direito à liberdade de expressão está lhe custando caro em termos profissionais e pode ter consequências judiciais. Apresentador do podcast Flow até esta terça-feira (8/2), quando foi demitido, Monark defendeu, na última segunda (7/2), a existência de um partido nazista no Brasil.
“Se o cara for anti-judeu, ele tem o direito de ser anti-judeu”, argumentou. A onda de repúdio a essas palavras já inclui ao menos duas manifestações públicas de ministros da mais alta Corte do país.
Após o ministro Gilmar Mendes, seu colega Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou as palavras de Monark como “criminosas”.
“A Constituição consagra o binômio: liberdade e responsabilidade. O direito fundamental à liberdade de expressão não autoriza a abominável e criminosa apologia ao nazismo”, escreveu Moraes, no Twitter, no fim desta tarde.
Mais cedo, Gilmar Mendes escreveu: “Qualquer apologia ao nazismo é criminosa, execrável e obscena. O discurso do ódio contraria os valores fundantes da democracia constitucional brasileira. Minha solidariedade à comunidade judaica”.
O caso
Durante edição do podcast Flow na segunda-feira (7/2), Monark afirmou que “a esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical. As duas tinham que ter espaço na minha opinião”. A fala foi seguida pela defesa da criação de um partido político nazista no país.
O programa era transmitido com a presença dos deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB). Tabata retrucou o discurso do apresentador, classificando as ideias como apologia a “ideologias que ameaçam a existência e integridade de pessoas ou grupos, sejam judeus, PCD, negros ou LGBTQIA+”.
Após a repercussão negativa, Monark divulgou um vídeo nas redes sociais nesta terça, pediu desculpas e alegou que estava bêbado. Com a repercussão catastrófica do episódio, porém, sua equipe acabou optando por demiti-lo da empresa. A apologia ao nazismo já havia levado a maioria dos patrocinadores do podcast – um dos mais ouvidos no Brasil – a romper os contratos.
Veja o posta de Alexandre de Moraes:
A Constituição consagra o binômio: liberdade e responsabilidade. O direito fundamental à liberdade de expressão não autoriza a abominável e criminosa apologia ao nazismo.
— Alexandre de Moraes (@alexandre) February 8, 2022