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Eleições 2022

Mercado questiona viabilidade financeira de campanha de Moro

O ex-ministro da Justiça e presidenciável do Podemos, Sergio Moro

Num encontro com cerca de 20 gestores do mercado financeiro no Rio, na manhã desta terça-feira, Sergio Moro (Podemos) foi questionado sobre um efeito colateral nada desprezível da falta de apoio de outros partidos à sua candidatura: o risco de faltar dinheiro para financiar a campanha.

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“O Podemos tem R$ 180 milhões, não é pouco dinheiro”, respondeu, referindo-se à cota do fundo eleitoral que deve ser destinada ao partido neste ano. "Dá pra fazer campanha”, concluiu, na conversa mediada pelo ex-ministro de Michel Temer Carlos Marun. O valor a ser distribuído para os partidos neste ano ainda não foi determinado pelo TSE, mas, pelas estimativas dos partidos, o Podemos deve receber algo próximo dos R$ 200 milhões. 

Moro disse ainda que fará uma campanha de arrecadação de contribuições de pessoas físicas, via internet – que admitiu ser uma fonte de recursos menos importantes, já que o Brasil não tem tradição desse tipo de contribuição.

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A informação de que pode faltar dinheiro para a campanha de Moro, orçada em cerca de R$15 milhões, foi publicada hoje no blog da jornalista Natuza Nery, no G1.

Mas a presidente do Podemos, Renata Abreu, diz que ainda não ghá uma definição sobre o valor a ser gasto com a candidatura do ex-juoz. "As chapas ainda estão em construção nos estados e qualquer deliberação de recursos vai depender do resultado da montagem das candidaturas, inclusive privilegiando os melhores palanques para apoio da campanha presidencial."

Acontece que esses R$ 180 milhões que Moro mencionou seriam a verba que o Podemos terá para financiar todos os candidatos - a deputado estadual e federal, senador, governador e presidente.

Além disso, dinheiro não é o único ativo trazido por uma coalizão ampla. O apoio de mais partidos também soma tempo de TV e reforços de palanques regionais, que até agora Moro também não tem.

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Ainda assim, o ex-juiz disse que não cogita desistir da disputa pela presidência da República, como se costuma especular especialmente entre os adversários da terceira via.

Segundo ele, as pesquisa contratadas pelo Podemos o mostram em terceiro, com mais ou menos 10% das preferências dos eleitores. "Não faz sentido eu sair para dar lugar a quem está bem abaixo de mim."

Ao falar sobre governabilidade, Moro disse que não vê problemas em compor um governo com políticos, desde que não haja corrupção. Como bom exemplo, citou o ex-titular da Educação, Mendonça Filho, do União Brasil. Já o PTB, para ele, é um exemplo ruim, por ter sido alvo de escândalos quando ocupava o ministério do Trabalho na gestão de Temer.

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Marun, que compunha o governo Temer, não se apertou. Contou que, dois dias depois da votação que aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, conhecidos do PT o provocaram: "Vocês tiraram os malucos da gaiola, então agora vocês que cuidem deles".

Meses depois, Marun disse que começou a se perguntar se os petistas não tinham razão. E perguntou a Moro: "Você não se sente assim, responsável por tirar os malucos da gaiola?" O ex-juiz riu e desconversou.

 


 

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