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União Europeia impõe sanções para limitar acesso da Rússia a mercados do bloco

Punições visam 351 legisladores e 27 autoridades e instituiçoes russas de Defesa e do setor bancário e financeiro; bloco também proíbe o comércio com as duas regiões separatistas
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em entrevista em Paris Foto: JOHANNA GERON / AFP
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em entrevista em Paris Foto: JOHANNA GERON / AFP

LONDRES e PARIS— A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira sanções contra 351 legisladores da Duma (Câmara Baixa do Parlamento russo), que votaram a favor do reconhecimento das regiões separatistas , além de 27 autoridades e instituiçoes russas de Defesa e do setor bancário e financeiro, com o objetivo de limitar o acesso de Moscou aos mercados financeiro e de capitais da UE. Putin não foi atingido pelas punições.

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A medida, tomada depois que Moscou anunciou o reconhecimento formal de duas regiões separatistas no Leste da Ucrânia , foi anunciada pelo chefe da política externa do bloco, Josep Borrell.

— Vamos atingir 27 indivíduos e entidades que desempenham um papel em minar ou ameaçar a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia — afirmou Borrel após uma reunião com os chanceleres do bloco, em Paris. — O reconhecimento formal da Rússia de duas regiões separatistas no Leste da Ucrânia foi uma violação inaceitável da soberania da Ucrânia.

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Após o anúncio, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que as novas sanções ocidentais contra a Rússia são ilegítimas.

Os membros da Duma que são alvo das sanções passam a ter quaisquer bens na UE congelados e ficam proibidos de viajar aos países do bloco.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lembrou também que o bloco está pronto para tomar mais medidas se Moscou aumentar ainda mais sua atividade militar na Ucrânia. Ela ainda elogiou a decisão da Alemanha, membro da UE, de suspender o projeto do gasoduto Nord Stream 2 .

— A  crise mostra como o bloco é dependente demais do gás russo. A UE deve diversificar fornecedores e investir pesadamente em energia renovável  — disse Von der Leyen. — As sanções visam indivíduos, empresas e bancos. Também proibimos o comércio entre as duas regiões separatistas e a UE e limitamos a capacidade da Rússia de levantar capital nos  mercados financeiros.

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— É o primeiro pacote, não o último — afirmou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, acrescentando que o bloco coordenou sua ação com os EUA durante a noite de segunda-feira.

Alguns países, como Áustria, Hungria e Itália, mais próximos da Rússia no bloco, no entanto, pediam sanções mais limitadas em resposta à ação de Putin, segundo autoridades e diplomatas da UE.

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O impasse é claro com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, cujo país depende da Rússia para grande parte de seu gás. Em entrevista a jornalistas, em Roma, Draghi disse que quaisquer sanções não devem incluir importações de energia.

Mais cedo, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciara que o Reino Unido iria impor sanções a cinco bancos russos e três indivíduos de alta renda do país, incluindo o empresário Gennady Timchenko.

— Hoje o Reino Unido está impondo sanções aos seguintes cinco bancos russos: Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e Black Sea Bank. Estamos impondo sanções a três indivíduos com patrimônio líquido muito alto — disse Boris na Câmara dos Comuns.