COP 26

Por g1


Xie Zhenhua, enviado especial do governo da China para a COP26 — Foto: Jeff J Mitchell/Reuters

Os Estados Unidos e a China divulgaram nesta quarta-feira (10), na COP26, conferência climática das Nações Unidas que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia, um acordo de compromisso em trabalhar juntos contra a liberação de carbono na atmosfera. Os dois países são os principais emissores de gases do efeito estufa do planeta.

"China e Estados Unidos relembram o compromisso firmado pelos dois países em trabalhar juntos e com outras partes para fortalecer a implementação do Acordo de Paris e, ao mesmo tempo, relembrar que o Acordo é para controlar a temperatura global em uma média abaixo de 1,5ºC", declara parte do documento, encontrado em chinês e em inglês.

Um dos destaques, que poderia inclusive afetar o Brasil no futuro, é que os dois países reconhecem que a eliminação do desmatamento ilegal do planeta contribuiria "significativamente" para os objetivos firmados durante as conferências climáticas. China e Estados Unidos se comprometeram, então, em aplicar "leis de proibição de importações ilegais".

Outro ponto do documento é a promessa dos Estados Unidos em alcançar eletricidade 100% livre de poluição de carbono até 2035. Já a China prometeu reduzir "gradualmente" seu consumo de carvão a partir de 2026.

China e Estados Unidos declararam colaborar entre si nas seguintes áreas:

  1. Na regulação e nos padrões ambientais relacionados à redução das emissões de gases do efeito estufa na próxima década;
  2. Na maximização dos benefícios sociais para uma transição para uma energia limpa;
  3. No encorajamento de políticas para promover a descarbonização e a eletrificação das indústrias;
  4. Nas áreas-chave relacionadas à economia circular, como o design verde e o uso de recursos renováveis;
  5. Na implantação e na aplicação de tecnologias, como a captura de carbono.

"Ambas as partes reconhecem que há uma lacuna entre os esforços atuais e os objetivos do Acordo de Paris, por isso vamos reforçar em conjunto a ação climática" - Xie Zhenhua, enviado especial do governo chinês para o clima.

John Kerry, enviado especial dos Estados Unidos para a COP26 — Foto: Jeff J Mitchell/Reuters

Xie explicou que o acordo inclui "planos concretos" ao longo desta década, e que Pequim e Washington estão empenhados em "trabalhar para finalizar o livro de regras" do Acordo de Paris, um dos objetivos das negociações em Glasgow. Na semana passada, no entanto, a China não aderiu ao acordo para redução das emissões de metano.

Já John Kerry, enviado especial do governo americano, disse que o acordo é uma declaração de apoio ao sucesso da COP26, com os dois países dando um passo a frente para reduzir a lacuna de emissões. China e Estados Unidos representam 40% das emissões de gases do planeta. Os representantes dos dois países informaram que o novo plano conjunto está sendo divulgado após 30 reuniões virtuais durante 10 meses.

"Temos que mitigar mais rápido, temos que cortar as emissões de metano mais rápido, temos que continuar a aumentar a ambição e, acima de tudo, temos que agir para manter o limite de 1,5 grau... vivo" - John Kerry

Após o anúncio, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, elogiou o "acordo de hoje entre a China e os Estados Unidos para trabalhar juntos para tomar medidas climáticas mais ambiciosas durante esta década". Ele enfatizou, no Twitter, que enfrentar a "crise climática requer colaboração e solidariedade internacional".

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