Por g1


Xi Jinping se refere a Biden como ‘velho amigo’ e diz que deseja relação positiva entre EUA e China

Xi Jinping se refere a Biden como ‘velho amigo’ e diz que deseja relação positiva entre EUA e China

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ao presidente da China, Xi Jinping, que a missão de ambos é garantir que a competição entre seus dois países “não se desvie para um conflito”, ao iniciar a cúpula virtual que os dois líderes mantêm nesta segunda-feira (15).

Biden disse que "é importante os dois países se comunicarem de forma transparente e honesta, e que devem respeitar as regras internacionais".

O presidente chinês, por sua vez, se referiu a Biden como "velho amigo". Ele afirmou que ambos devem “respeitar uns aos outros, coexistir em paz e buscar uma cooperação em que ambos ganhem”, segundo a imprensa chinesa, que adiantou as primeiras palavras do telefonema, que teve início às 21 horas de Brasília e tem previsão de durar horas. Disse ainda que "espera trabalhar com o presidente americano para promover um desenvolvimento positivo"

Além dos presidentes e seus intérpretes, não foi especificado quem exatamente participa.

O encontro virtual acontece depois de Biden criticar a ausência de Xi Jinping em importantes reuniões internacionais e em um momento em que o presidente chinês fortalece seu controle sobre o regime.

Taiwan

Biden expressou "preocupações" sobre os abusos dos direitos humanos e "movimentos unilaterais" contra Taiwan, informou a Casa Branca.

O presidente chinês, por sua vez, alertou os EUA que apoiar a independência de Taiwan é como "brincar com fogo", segundo relato da agência estatal Xinhua.

“Essa tendência é muito perigosa e é como brincar com fogo, e quem brinca com fogo se queima”, disse Xi Jinping.

A China considera Taiwan, de 23 milhões de habitantes, uma de suas províncias e se propôs a recuperá-la, mesmo que pela força, se necessário.

Pequim e Washington intensificaram a retórica nas últimas semanas sobre a ilha, que tem um governo democrático e possui moeda e forças armadas próprias. No entanto, Taiwan não proclamou formalmente sua independência.

Biden e Xi Jinping em reunião virtual — Foto: Reprodução

Os dois presidentes conversaram longamente por telefone duas vezes desde a posse de Biden em janeiro. Dada a recusa de Xi em viajar para o exterior devido à pandemia, optou-se por uma reunião online para manter conversas diretas.

Os assessores de Biden apresentam a cúpula como uma oportunidade para tentar evitar uma escalada das tensões, especialmente em relação a Taiwan, uma democracia autônoma que a China considera uma província turbulenta.

As relações entre as duas potências entraram em colapso durante a presidência de Donald Trump (2017-2021), que lançou uma guerra comercial contra a China enquanto criticava Pequim pela pandemia de Covid.

Biden reformulou o confronto de forma mais ampla, em uma luta entre democracia e autocracia, e embora seu tom seja mais comedido que o de Trump, a relação entre Washington e Pequim continua tensa por questões como Taiwan, direitos humanos e comércio.

Grandes tensões

Atualmente, o destino de Taiwan é o que gera mais tensão, dada a intensificação das atividades militares chinesas com um número recorde de incursões na zona de defesa aérea da ilha.

Os presidentes Joe Biden e Xi Jinping — Foto: Evan Vucci / AP Photo e Reprodução/ United Nations/ You Tube

A tensão ficou evidente no fim de semana, quando o secretário de Estado Antony Blinken e seu homólogo chinês Wang Yi tiveram uma conversa agitada.

Blinken expressou "preocupação com a contínua pressão militar, diplomática e econômica de Pequim" sobre Taipei, enquanto Wang alertou contra qualquer ação dos EUA que pudesse ser interpretada como apoio à "independência de Taiwan".

Pequim colocou nesta segunda-feira a responsabilidade de melhorar as relações sobre os ombros de Biden.

"Esperamos que os Estados Unidos trabalhem na mesma direção que a China para um bom entendimento", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, a jornalistas.

No entanto, o funcionário dos EUA disse que Biden "será muito direto e franco nas questões que nos preocupam", aludindo ao "comportamento coercitivo e provocador da China em relação a Taiwan", bem como ao que Washington considera violações dos direitos humanos e práticas comerciais agressivas pela China.

Mas destacou que há espaço para cooperação em várias áreas, como as mudanças climáticas.

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