Por Isabela Camargo, GloboNews — Brasília


A Polícia Federal investiga se a cúpula do Ministério da Justiça tentou interferir no processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, determinada no mês passado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (vídeo abaixo).

Alexandre de Moraes determina prisão preventiva e extradição de blogueiro bolsonarista

Alexandre de Moraes determina prisão preventiva e extradição de blogueiro bolsonarista

Allan dos Santos é um dos aliados mais próximos da família Bolsonaro. Ele é investigado no Supremo em dois inquéritos: o que apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte e também o que identificou a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia e as instituições. Após ter sido alvo de operações, o blogueiro deixou o Brasil e entrou nos Estados Unidos em 12 de agosto de 2020, com permissão para permanecer até 11 de fevereiro de 2021.

A Polícia Federal vai apurar se a delegada federal Silvia Amélia Fonseca de Oliveira foi exonerada do cargo que ocupava na Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) por ter cumprido a determinação judicial de dar andamento ao pedido de extradição. A investigação será feita no âmbito do mesmo inquérito em que tramita o pedido de extradição.

Quem é o blogueiro Allan dos Santos?

Quem é o blogueiro Allan dos Santos?

O atual secretário nacional de Justiça é Vicente Santini, amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.

Ele chegou a ocupar o cargo de secretário-adjunto da Casa Civil da Presidência da República, do qual foi exonerado em janeiro de 2020 por Bolsonaro porque usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) numa viagem oficial à Índia.

Em uma conversa interceptada pela polícia, o deputado federal Eduardo Bolsonaro teria atuado junto à PF para viabilizar os documentos para que Allan dos Santos e família pudessem viajar às pressas para os Estados Unidos.

A exoneração da delegada Silvia de Oliveira foi publicada na edição do último dia 9 do "Diário Oficial da União".

No início do mês, o Ministério da Justiça afirmou em nota que a exoneração fez parte de "ajustes naturais de equipe da nova gestão da Secretaria Nacional de Justiça”.

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