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PARTIDOS EM TRANSE

Valdemar sonha com bancada de 60 deputados e vitória de Lula

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto

Um dirigente do PL, conhecedor profundo do modus operandi de Valdemar Costa Neto, resume da seguinte maneira a estratégia do cacique para as eleições de 2022: "Eleger mais de 60 deputados com Bolsonaro como puxador de votos e torcer pela vitória do Lula".

Contraditório? Só para quem não conhece o personagem, o histórico de alianças do PL nos últimos governos e a lógica contabilista das siglas no Brasil.

Valdemar quer replicar, ainda que com números não tão vistosos, o "espetáculo do crescimento" observado pelo PSL na esteira do bolsonarismo. As expectativas são menores dado o desgaste da antipolítica e do próprio presidente e dos nomes de perfil histriônico que pegaram carona na eleição do "capitão". Mas ainda assim uma bancada de 60 deputados multiplicaria o montante do PL nos fundos partidário e eleitoral e no tempo de TV.

Mesmo na esperada hipótese de divórcio rápido com Bolsonaro após as eleições, e caso haja defecção na bancada, o cômputo das verbas e do tempo de TV é feito a partir dos deputados eleitos. Isso deixaria Valdemar livre para, inclusive, defenestrar aqueles que não se sentirem confortáveis, por exemplo, caso Lula vença e o partido adentre sua base aliada -- algo que está nos planos do comandante da legenda.

Daí por que o observador imagina que a vitória de Lula seria o melhor cenário para Valdemar: ele e o petista são amigos, mantêm contato mesmo hoje, e Lula é considerado mais previsível e mais fácil de compor pela classe política, sobretudo o Centrão.

E as perdas de deputados agora caso Bolsonaro de fato se filie (o que não está assegurado)? Devem sair 5 ou 6 dos atuais 43 integrantes da bancada da Câmara, o que deve ser compensado pelo ingresso dos bolsonaristas, hoje dispersos em outros partidos.

Falei a respeito dessa contabilidade fria dos partidos no Viva Voz de hoje, na CBN. Você pode ouvir o comentário abaixo.

 


 

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