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André Aranha é absolvido por acusação de estupro de Mari Ferrer (Foto: Reprodução/Instagram)

André Aranha (esq) e Mari Ferrer (dir) (Foto: Reprodução/Instagram)

O advogado Julio Cesar F. da Fonseca, que atua na defesa da modelo e influenciadora Mari Ferrer, entrou com habeas corpus no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, pedindo anulação do processo, na última quarta-feira (20). Ou seja, a possível envolvimento do magistrado com uma das partes ou diante de um posicionamento ideológico, o que colocaria em questão a sua imparcialidade. A informação foi convirmada à Marie Claire.

Sem entrar em detalhes, o defensor afirmou à reportagem que a ação é motivada pela provável suspeição do juiz Rudson Marcos, da 3ª vara Criminal de Florianópolis/SC, que, em primeira instância, havia decidido pela absolvição do empresário André de Camargo Aranha, acusado de dopar e estuprar a jovem em na boate clube Café de La Musique em dezembro de 2018, em Florianópolis.

No julgamento em segunda instância, em 7 de outubro, o TJ-SC seguiu a sentença e, por unanimidade, manteve a absolvição de André, alegando falta de provas. Um dia antes da sessão, Mari publicou laudos médicos em suas redes sociais, mostrando diagnósticos de estresse pós traumático, tensão, ansiedade, fobia social, síndrome do pânico e transtorno depressivo recorrente após a ocorrência.

Em setembro de 2020, o empresário já havia sido absolvido em primeira instância por decisão do juiz Rudson Marcos. Na ocasião, o magistrado disse que André não teria como saber que Mariana não estava em condições de dar consentimento à relação sexual, portanto não haveria intenção de estuprar. O mesmo juiz protagonizou o vídeo, que chegou a viralizar em 2020. Nele, durante a audiência de instrução, o advogado de André, Cláudio Gastão da Rosa Filho, profere  discurso vexatório e misógino direcionado a Mari Ferrer. Ele chegou a ofendê-la: “peço a Deus que meu filho não encontre uma mulher que nem você”. Enquanto isso, o juiz permaneceu em silêncio, mesmo após os apelos de Maria para que colocasse um basta na situação.

Em dezembro daquele ano, a corregedora-geral de Justiça de Santa Catarina, Soraya Lins afirmou ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Helder Salomão (PT/ES) que havia instaurado um procedimento para apurar a atução de Rudson, que foi arquivado neste ano. Em setembro foi a vez do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abrir um novo procecimento de análise da postura de Rudson.