Por g1


OMS — Foto: Denis Balibouse/Reuters

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a B.1.1.529 como uma "variante de preocupação" e escolheu como nome "ômicron". Com essa classificação, a nova variante foi colocada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causaram impacto na progressão da pandemia: alfa, beta, gama e delta (leia mais abaixo sobre as classificações das variantes).

A omicron foi originalmente descoberta na África do Sul. Ela é considerada de preocupação pois tem 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína "spike" (a "chave" que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

Ainda não se sabe se ela é mais transmissível ou mais letal: a própria OMS diz que precisará de semanas para compreender melhor o comportamento da variante.

Ao menos 10 países e/ou territórios já anunciaram restrições a voos de nações africanas devido à B.1.1.529 até o momento. O Brasil, inclusive, anunciou que fechará fronteiras aéreas para seis países da África a partir de segunda-feira (29).

VEJA TAMBÉM:

Origem da variante

A variante B.1.1529 foi reportada à OMS pela primeira vez em 24 de novembro de 2021, pela África do Sul. A situação epidemiológica no país tem sido caracterizada por três picos de casos notificados, sendo que o último era com a variante delta.

Nas últimas semanas, as infecções do coronavírus têm aumentado abruptamente, o que coincide com a detecção da nova variante B.1.1529. O primeiro caso confirmado da ômicron foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021.

De acordo com OMS, a variante apresenta um "grande número de mutações", sendo que algumas delas trazem preocupação.

"Evidências preliminares sugerem uma alta no risco de reinfecção com esta variante, em comparação com as outras versões do coronavírus. O número de casos da B.1.1.529 aparenta estar crescendo na maioria das províncias da África do Sul", afirma a OMS.

OMS convoca reunião de emergência após nova variante detectada na África do Sul

OMS convoca reunião de emergência após nova variante detectada na África do Sul

Classificação das variantes

A OMS classifica as variantes do novo coronavírus em 3 categorias: VOC (variante de preocupação), VOI (variante de interesse) e VUM (variante sob monitoramento). São elas:

VOC (variantes de preocupação):

  1. Alfa (detectada pela primeira vez no Reino Unido);
  2. Beta (detectada na África do Sul);
  3. Gama (no Brasil, também conhecida como P.1);
  4. Delta (na Índia);
  5. Ômicron (também detectada na África do Sul).

São consideradas VOCs as que demonstram estar associadas a uma ou mais das seguintes alterações em um grau de significância para a saúde pública global:

  1. Aumento da transmissibilidade ou alteração prejudicial na epidemiologia da Covid-19;
  2. Aumento da virulência ou mudança na apresentação clínica da doença;
  3. Diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública ou diagnósticos, vacinas e terapias disponíveis.

VOI (variantes de interesse):

Lambda (detectada pela primeira vez no Peru) e mu (na Colômbia): é considerada VOIs aquelas variantes que foram identificada como causadoras de transmissão comunitária, de múltiplos casos ou de clusters (agrupamentos de casos) de Covid-19 ou foi detectada em vários países.

VUM (variantes sob monitoramento): 7 cepas que não recebem nome de letras do alfabeto grego.

Constelação de mutações

O virologista Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação na África do Sul, que anunciou a descoberta da nova variante na quinta-feira (25), afirma que a B.1.1.529 carrega uma "constelação incomum de mutações" e é "muito diferente" de outros tipos que já circularam.

"Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos", afirma Oliveira, que é brasileiro. Mas ainda é cedo para dizer o quão transmissível ou perigosa é a variante — e seu efeito sobre as vacinas já desenvolvidas.

O instituto de pesquisa de Túlio de Oliveira é vinculado à Universidade de Kwazulu-Natal e foi responsável também pelo descobrimento da variante beta (uma das cinco VOCs).

Nova variante impacta o mercado financeiro no mundo todo: Ibovespa está em queda e dólar em alta

Nova variante impacta o mercado financeiro no mundo todo: Ibovespa está em queda e dólar em alta

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!