Saúde

Após reunião com Anvisa, governo decide esperar antes de novas medidas contra Ômicron

Segundo a Casa Civil, governo irá esperar 'mais esclarecimentos' antes de novas restrições a viajantes de países africanos
Mulher faz teste PCR para a Covid-19 no laboratório lancet, em Johanesburgo Foto: EMMANUEL CROSET / AFP
Mulher faz teste PCR para a Covid-19 no laboratório lancet, em Johanesburgo Foto: EMMANUEL CROSET / AFP

BRASÍLIA — Apesar da confirmação de dois casos da variante Ômicron no Brasil, o governo federal decidiu esperar novas informações antes de adotar novas medidas em relação à Covid-19. Na noite desta terça-feira, representantes dos ministérios da Casa Civil, Saúde, Justiça, Infraestrutura, Relações Exteriores e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reuniram no Palácio do Planalto. A Anvisa defendeu que a o governo suspendesse a entrada de viajantes de quatro países africanos.

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No último sábado, a Anvisa publicou uma nota técnica sugerindo a adoção de medidas que impeçam a entrada de viajantes de Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia no Brasil. Segundo o governo federal, após a reunião desta terça-feira, foi decidido que há necessidades de mais esclarecimentos sobre a situação epidemiológica nesses países antes dessa decisão.

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Na reunião, a Anvisa sustentou a necessidade de que as medidas fossem adotadas de imediato, ainda mais necessária, segundo a agência, com a identificação de dois casos da variante no Brasil.

O Brasil já proibiu a entrada de pessoas vindas da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. Entretanto, a Anvisa confirmou nesta terça-feira os primeiros casos da variante no país.

O governo não se pronunciou sobre outra recomendação da Anvisa, sobre a obrigação de vacinação para entrada no Brasil por ar e por terra.

As recomendações, enviadas em 12 de novembro ao Planalto,  consideram as mudanças no cenário epidemiológico.

"A inexistência de uma política de cobrança dos certificados de vacinação pode propiciar que o Brasil se torne um dos países de escolha para os turistas e viajantes não vacinados, o que é indesejado do ponto de vista do risco que esse grupo representa para a população brasileira e para o Sistema Único de Saúde”,  destacou a agência ao defender a medida.

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Em comunicado enviado pelo Ministério da Casa Civil nesta terça-feira, o governo afirma que o monitoramento continuará sendo feito pelo Ministério da Saúde, que acompanha a evolução da pandemia no Brasil e no mundo.

"O Governo Federal também permanece atento a qualquer modificação no perfil epidemiológico junto aos estados, municípios e ao Distrito Federal, e seguirá atualizando as restrições excepcionais e temporárias de entrada no Brasil com base em estudos e pareceres técnicos de todos os órgãos envolvidos, respeitando os princípios da oportunidade, conveniência e precaução", afirmou o governo federal.