Por g1


Biden e Putin fazem reunião virtual para discutir situação da Ucrânia

Biden e Putin fazem reunião virtual para discutir situação da Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou preocupação e falou sobre possíveis sanções à Rússia em uma reunião virtual com Vladimir Putin nesta terça-feira (7) para tratar da escalada das tensões sobre a Ucrânia, informou a Casa Branca em um comunicado.

"O presidente Biden expressou profundas preocupações dos Estados Unidos e de nossos aliados europeus sobre a escalada de forças da Rússia em torno da Ucrânia", disse o governo americano.

"Os EUA e nossos aliados responderiam com fortes medidas econômicas entre outras medidas no caso de uma escalada militar", afirmou a Casa Branca. Acusada de preparar uma invasão ao país vizinho, a Rússia culpa seus rivais ocidentais de ameaçar sua segurança.

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Já o presidente russo se queixou do potencial militar crescente da Otan em suas fronteiras devido ao seu apoio à Ucrânia e pediu "garantias" de que a Aliança Atlântica não se expandirá para o leste.

"A Otan está empreendendo tentativas perigosas de usar o território ucraniano e desenvolve seu potencial militar em nossas fronteiras, e é por isso que a Rússia tem um interesse sério em [obter] garantias jurídicas seguras que descartem uma expansão da Otan no leste", informou o Kremlin em um comunicado.

O presidente americano e o seu homólogo russo já conversaram diversas vezes por telefone e se encontraram em junho em Genebra, um encontro que a administração Biden considerou positiva no processo para criar uma relação "estável e previsível".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, posam para foto antes da reunião em Villa la Grange, em Genebra, na Suíça, em 16 de junho de 2021 — Foto: Denis Balibouse/Reuters

Washington, a Otan e Kiev acusam Moscou de mobilizar tropas na fronteira com a Ucrânia para atacar o país, repetindo o cenário de 2014, quando os russos anexaram a península da Crimeia. Desde então, mais de 13.000 pessoas morreram no conflito.

Vacas pastam perto de um tanque e militares supostamente russos, em frente a uma base militar em Perevalnoye, perto de Simferopol, na Crimeia — Foto: Shamil Zhumatov/Reuters

Por outro lado, para Moscou, a presença de países da Otan no Mar do Norte, a vontade da Ucrânia de aderir à Aliança Atlântica e a ambição de Kiev de se armar com o apoio ocidental são ameaças demais à Rússia, embora o Kremlin negue qualquer plano de invadir seu vizinho.

"Nosso presidente (Putin) está pronto para expressar suas preocupações a seu colega americano, ouvir suas preocupações e dar explicações", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

"A Rússia nunca teve a intenção de atacar ninguém, mas temos linhas vermelhas", acrescentou.

Os analistas se mostram divididos: muitos consideram que Vladimir Putin está exagerando, mas poucos descartam por completo a hipótese de um ataque.

Se Moscou passar à ação, um alto funcionário da Casa Branca declarou na segunda-feira que Washington está disposto a responder.

"Estados Unidos responderiam afirmativamente" a um aumento da presença militar de seus aliados da Otan no leste da Europa. E depois reforçaria o apoio ao exército ucraniano.

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Sanções contra a Rússia

Washington pretende adotar sanções econômicas duras ao regime de Putin, mas diferentes das impostas desde 2014 contra a Rússia, que não têm nenhum efeito.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, emitiu um comunicado oferecendo apoio à Ucrânia e afirmando que a União Europeia consideraria mais sanções contra a Rússia.

"Responderemos a quaisquer agressões futuras, aumentando e expandindo as sanções existentes", disse Von der Leyen. “Estamos prontos para tomar medidas restritivas adicionais, em coordenação com nossos parceiros.”

Ursula von der Leyen durante entrevista em Bruxelas, em 27 de julho de 2021 — Foto: Stephanie Lecocq/Reuters

Um alto funcionário da Casa Branca deixou claro que, no momento, Washington descarta uma resposta militar direta, pois não deseja "estar em uma posição em que o uso direto de suas forças" seja o que prevalece em suas avaliações.

Joe Biden, que já chamou Putin de "assassino", está em uma situação complexa.

Ele precisa administrar a crise ucraniana com tato, se não deseja provocar as críticas de seus aliados tradicionais, já indignados após a retirada do Afeganistão, completamente caótica e sem coordenação entre os países.

Joe Biden comunicará pessoalmente ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky o resultado da reunião com Putin. Na segunda-feira ele conversou com aliados europeus para "coordenar a mensagem" e uma "forte solidariedade transnacional", segundo a Casa Branca.

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