MINNEAPOLIS — A Justiça dos Estados Unidos declarou nesta quinta-feira que três ex-policiais de Minneapolis são culpados de violar os direitos civis do segurança George Floyd , homem negro que foi asfixiado até a morte por um policial branco em 2020, num caso que despertou protestos no mundo contra a violência policial e o racismo.
Um tribunal federal determinou que Tou Thao, de 36 anos, Alexander Kueng, de 28, e Thomas Lane, de 38, violaram deliberadamente os direitos constitucionais de Floyd ao não fornecer assistência médica e que dois deles também foram considerados culpados por não intervir para impedir que Derek Chauvin , ajoelhasse sobre o pescoço de Floyd.
Chauvin foi condenado em abril de 2021 pela morte de Floyd, recebendo uma sentença de 22 anos e meio de prisão.
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Os outros três ex-policiais condenados nesta quinta, Thao, Kueng e Lane, permanecerão livres sob fiança enquanto aguardam a audiência de sentença, que ainda não foi agendada.
O caso dependia de perguntas sobre quando um policial tem o dever de intervir em casos de má conduta de outro agente. É um caso extremamente raro em que policiais foram responsabilizados criminalmente pelo uso de força excessiva de um colega.
A decisão desta quinta sinaliza também que os tribunais podem se tornar mais dispostos a condenar não apenas os policiais que matam pessoas enquanto estão trabalhando, mas também aqueles que os observam fazendo isso.
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Os promotores federais argumentaram na Justiça que os homens sabiam por seu treinamento e pela "decência humana básica" que tinham o dever de ajudar Floyd enquanto ele implorava por sua vida antes de Chauvin ajoelhar sobre seu pesçoco.
Advogados da família de Floyd saudaram o veredicto. “Esses policiais tentaram inventar qualquer desculpa que pudesse permitir que eles lavassem o sangue de suas mãos, mas após esses veredictos, o sangue de George irá marcá-los para sempre”, disseram em um comunicado conjunto.