Por g1 DF e TV Globo


Comprimido de Viagra, em imagem de arquivo — Foto: Pixabay

As Forças Armadas aprovaram a compra de mais de 35 mil unidades de Viagra para o tratamento de hipertensão pulmonar arterial (HPA). O processo licitatório está no Portal da Transparência do Governo Federal e ganhou repercussão, nesta segunda-feira (11), depois que o deputado federal Elias Vaz (PSB) pediu explicações ao Ministério da Defesa sobre a aquisição dos comprimidos, usados em casos de disfunção erétil.

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Na licitação, o medicamento aparece com o nome de "sildenafila", nome genérico do Viagra. A compra estabelece comprimidos de 25 mg e de 50 mg (saiba mais abaixo).

O Ministério da Defesa informou que o medicamento é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de HAP e que "os processos de compras das Forças Armadas são transparentes e obedecem aos princípios constitucionais".

Deputado Federal Elias Vaz (PSB-GO) pede esclarecimentos do Ministério da Defesa sobre a aprovação da compra de viagra — Foto: Reprodução/ Redes sociais

Do total de 35 mil comprimidos, o processo licitatórios solicita a aquisição de "sildenafila" de 25 miligramas (mg) e 50 mg, distribuídos da seguinte forma:

  • 28.320 unidades destinadas à Marinha;
  • 5 mil unidades destinadas ao Exército;
  • 2 mil unidades destinadas à Aeronáutica.

Uso da medicação para HAP

A Marinha do Brasil defendeu o uso do Viagra nos casos de hipertensão arterial pulmonar. Segundo nota, a "HAP é uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar e que trata-se de "uma doença grave e progressiva que pode levar à morte".

"A associação de fármacos para a HAP vem sendo pesquisada desde a década de 90, estando ratificado, conforme as últimas diretrizes mundiais (2019), o uso da sildenafila, bem como da tadalafila, com resultados de melhora clínica e funcional do paciente", diz a Marinha.

Desde 2016, o laboratório farmacêutico da Marinha fez três contratos de cooperação técnica com a empresa EMS, para o fornecimento e transferência de tecnologia para a produção do citrato de sildenafila – princípio ativo do Viagra. O mais antigo, trata do medicamento de 20mg e, os dois seguintes, para o comprimido de 25mg e de 50mg.

Conforme o contrato, que tinha prazo de 5 anos, os medicamentos seriam repassados ao Ministério da Saúde.

Ao g1, o Exército informou que a sildenafila é usada em ambiente hospitalar. As unidades de saúde, principalmente aquelas com unidade de terapia intensiva (UTI) e que atendem pacientes com Covid, precisam ter atas de Sistema de Registro de Preços (SRP) com o medicamento.

A medicação foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), para uso em pacientes adultos com hipertensão arterial pulmonar (HAP - Grupo I). A decisão foi tomada pelo plenário da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

A decisão impacta pacientes com a doença em classe funcional III que não alcançaram resposta satisfatória com ERA e/ou PDE5i, como alternativa à iloprosta, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Além das evidências científicas, com dez estudos sobre o uso da droga, o custo mais baixo foi outro motivo para a aprovação.

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