Presidente do Twitter enfrenta 'fúria' de funcionários em nova reunião

Em uma nova reunião com colaboradores no Twitter nesta sexta-feira, 29, Parag Agrawal respondeu questionamentos e reclamações sobre compra da plataforma

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Por Agências
Atualização:
Depois da compra, funcionários pedem explicação sobre possíveis demissões no Twitter Foto: Kacper Pempel/Reuters

O presidente do Twitter, Parag Agrawal, tentou acalmar os ânimos dos funcionários em uma nova reunião realizada nesta sexta-feira, 29. No encontro, os funcionários exigiam respostas sobre como os gerentes planejavam lidar com uma demissão em massa, tema que Elon Musk já abordou após comprar a rede social.

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A reunião ocorreu depois que Musk, presidente da Tesla, criticou repetidamente as práticas de moderação de conteúdo do Twitter e reclamou da advogada da empresa por definir políticas de uso e segurança.

Na reunião interna da empresa, que foi ouvida pela Reuters, executivos disseram que a companhia iria monitorar o movimento de saída dos funcionários diariamente, mas que era muito cedo para dizer como o acordo de compra com Musk afetaria os colaboradores.

Musk, porém, sugeriu aos credores cortes nos salários do conselho e dos executivos. De acordo com fontes próximas ao assunto, nenhum acordo ou valor exato ficaram claros para os envolvidos. Uma fonte disse que Musk não tomará decisões sobre cortes de empregos até que ele assuma o Twitter. A oferta do empresário foi de US$ 44 bilhões e ele deve tomar posse da companhia ainda neste ano.

"Estou cansado de ouvir sobre o valor para os acionistas. Quais são seus pensamentos honestos sobre a grande probabilidade de muitos funcionários não terem empregos após o fechamento do negócio?", um funcionário do Twitter perguntou a Agrawal, em uma pergunta lida em voz alta durante a reunião.

Agrawal respondeu que o Twitter sempre se preocupou com seus funcionários e continuaria a fazê-lo. “Acredito que a futura organização do Twitter continuará se preocupando com seu impacto no mundo e em seus clientes”, disse ele.

Executivos disseram, ainda, durante a reunião, que a taxa de funcionários que pedem demissão não mudou em comparação com os níveis anteriores à notícia do interesse de Musk em comprar a empresa.

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Nos últimos dias, Musk publicou críticas à principal advogada do Twitter, Vijaya Gadde, uma veterana do Twitter e amplamente respeitada em todo o Vale do Silício. O ataque de Musk desencadeou mensagens caracterizadas como assédio virtual voltadas para Vijaya.

Os funcionários também disseram aos executivos que temem que o comportamento errático de Musk possa desestabilizar os negócios do Twitter e prejudicá-lo financeiramente. A empresa se prepara para entrar no mundo da publicidade em uma apresentação na próxima semana em Nova York — uma tentativa de entrar em mais um ramo de monetização.

"Temos uma estratégia de curto prazo sobre como lidar com os anunciantes que puxam o investimento?", perguntou um funcionário.

Sarah Personette, diretora de clientes do Twitter, disse que a empresa está trabalhando para se comunicar frequentemente com os anunciantes e tranquilizá-los: "a maneira como atendemos nossos clientes não está mudando".

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Após a reunião, um funcionário do Twitter disse à Reuters que havia pouca confiança no que os executivos tinham a dizer. "O discurso de relações públicas não está chegando. Eles nos disseram para não sair da empresa e fazer um trabalho do qual você se orgulhe, mas não há incentivo claro para os funcionários fazerem isso", disse o funcionário, observando que a compensação para funcionários fora de cargos executivos está limitada por causa do negócio.

Estima-se que Agrawal receba US$ 42 milhões se for demitido dentro de 12 meses após uma mudança no controle da empresa de mídia social, de acordo com a empresa de pesquisa Equilar.

Durante a reunião, Agrawal pediu aos funcionários que esperem mudanças no futuro sob nova liderança e reconheceu que a empresa poderia ter um desempenho melhor ao longo dos anos. "Sim, poderíamos ter feito as coisas de forma diferente e melhor. Eu poderia ter feito as coisas de forma diferente. Penso muito nisso", afirmou.

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