Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Lula lança mensagem política com agenda do 'não' para economia

Há um ponto comum nas declarações mais enfáticas do petista sobre seus planos na área

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Há um ponto comum em algumas das declarações mais enfáticas de Lula sobre suas ideias para a economia. Nas últimas semanas, o petista repetiu que pretende reverter três medidas implementadas em governos recentes: o teto de gastos, a reforma trabalhista e as privatizações.

O ex-presidente tem feito um esforço para evitar qualquer anúncio detalhado sobre o programa de sua campanha. Há uma série de motivos para isso, desde a falta de consenso sobre vários tópicos até o receio de que o candidato fique exposto a críticas cedo demais. O que apareceu nos discursos segue uma linha mais política do que econômica.

Ao apresentar a ideia de desfazer medidas adotadas em governos pós-PT, o ex-presidente manda duas mensagens. Primeiro, tenta oferecer um contraponto à situação econômica atual, que ele vincula à agenda do governo Jair Bolsonaro. Além disso, busca mostrar o desenho do que seria um retorno a terrenos conhecidos —distantes das estripulias temidas por alguns investidores.

Lula disse na quarta-feira (11) que "não vai ter teto de gastos" em seu governo, caso seja eleito. Ele argumentou que a situação fiscal deve melhorar com o crescimento da economia, ainda que não tenha explicado se haverá um novo método de controle de despesas. A proposta de derrubar a regra era pedra cantada, mas passou a ser citada como destaque da plataforma petista.

A fórmula se repetiu em outros itens da agenda. Lula prometeu revisar parte da reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer e reverter a decisão de privatizar empresas como a Eletrobras. Em nenhum dos dois casos ele apontou como esses pontos serão tratados ou qual modelo ficará no lugar deles.

É possível extrair dessas pistas alguma previsibilidade, mas Lula não conseguirá se pendurar por muito tempo nessa agenda do "não". Em breve, ele terá que apontar se pretende apenas encaixar as ideias de 2003 a 2010 (num contexto completamente diferente) e mostrar o que pode fazer para aprovar seus planos.

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