"Aranhas presas...?" O comentário de Natalia Anush Kerbabian (@natz.kerba) se uniu a centenas de outros no Instagram do Malba desde o fim de semana. O motivo foi uma foto de aranhas vivas que faziam parte da obra "Sí, quería", do artista Joaquín Sánchez, parte da exposição "Aó - Episódios têxteis das artes visuais no Paraguai", no museu argentino. Após a multiplicação das críticas, a instituição anunciou a decisão de remover as aranhas e "e reintegrá-las a seu habitat natural" na Reserva Ecológica Costanera Sur.
Num segundo post, o Malba esclareceu que "todo o processo da obra contou com a assessoria permanente de um biólogo especializado". Ainda segundo o museu, a espécie escolhida foi a Trichonephila clavipes, pois "devido a grande abundância em sua época reprodutiva, a inclusão na mostra não representou impacto para o meio ambiente”.
O museu assegurou ainda que "as aranhas eram cuidadosamente hidratadas e alimentadas diariamente, com a seu alimento natural (moscas)" e que "o tamanho da instalação e as estruturas colocadas no seu interior foram especialmente concebidas para que as aranhas pudessem fazer as suas teias adequadamente" .
"Ao longo da história da arte muitos artistas trabalharam com espécies vivas para refletir sobre a convivência com a natureza", acrescenta a mensagem. "De fato, pesquisas pioneiras em bioarte funcionaram justamente como estratégias para tornar visível a necessidade de preservação da vida no planeta. Atualmente, parte da sociedade discute essas produções. O papel do museu é estimular a reflexão e o debate crítico, além de ecoar essas mudanças de perspectiva que tornam as práticas históricas mais complexas”.