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Por Jornal Nacional


Grupo de 68 repatriados que fugiram da guerra na Ucrânia chega ao Brasil

Grupo de 68 repatriados que fugiram da guerra na Ucrânia chega ao Brasil

O grupo de 68 repatriados que fugiram da guerra na Ucrânia chegou nesta quinta-feira (10) ao Brasil.

Os dois aviões da FAB partiram de Varsóvia e fizeram escalas em Lisboa e Cabo Verde, costa africana, antes de chegar ao Brasil. O Legacy, que trazia uma grávida e duas famílias com bebês, pousou na base aérea do Recife às 5h. O KC-390, com a maioria dos passageiros, aterrissou às 6h40.

Assim que o cargueiro tocou o solo brasileiro, aplausos. A médica Amarílis Tomaz, que na quarta-feira (9) relatou ao Jornal Nacional os horrores vividos na Ucrânia, nesta quinta-feira falava sobre o alívio da volta.

“A sensação quando nosso piloto falou ‘bem-vindos a terras brasileiras’ foi algo que fez o coração de todo mundo pular um pouco de felicidade depois de tanta loucura, tanto caos que a gente passou. Descer aqui no Recife, nesse calor, é estar em casa de novo. Eu estou em choque, mas feliz, e muito, muito obrigada”, disse.

A viagem continuou, e logo depois das 9h, nova decolagem. Destino final, Brasília. O KC-390 apareceu no céu da capital escoltado por dois caças F-5. Depois de 22 horas de viagem, a parada final na base aérea. Na janela do cargueiro, a bandeira do Brasil. À espera dos repatriados, o presidente Jair Bolsonaro, a primeira-dama Michelle, nove ministros e embaixadores.

Em um primeiro momento, quando começou a guerra, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo não cogitava fazer uma operação de resgate. Mas, na semana passada, anunciou o envio do KC-390 da FAB para trazer brasileiros que fugiram da zona de conflito. A operação Repatriação foi bem-sucedida. Trouxe 68 pessoas.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu os pais com crianças pequenas na porta do Legacy. No cargueiro, o primeiro a desembarcar foi o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, que acompanhou, em Varsóvia, o embarque do grupo. Depois, as famílias que escaparam da guerra. Algumas com seus animais de estimação. Posaram para foto com o presidente, antes dos primeiros passos no Brasil.

Assim que desembarcaram, os passageiros foram levados para um salão onde fizeram testes rápido de PCR. O resultado de todos eles foi negativo para Covid. Alguns também puderam tomar vacina. Depois, grupos que conseguiram passagem para as cidades destino, foram levados para o aeroporto de Brasília.

Maria Nechai foi até Porto Velho buscar a mãe, ucraniana.

“Eu senti um pouquinho melhor, quando ela chegou aqui. Mas tem algumas outras pessoas da minha família que ainda estão lá. Parte da família mora na Rússia, parte mora na Ucrânia. É pesado”, conta Maria Nechai.

Irina só fala russo e ucraniano, mas expressou com lágrimas o que sente.

“Ela está feliz de chegar aqui no Brasil, porque ela viu pessoas que são muitos amigáveis. Minha mãe está preocupada sobre minha avó, porque ela ficou lá. Porque ela é muito velha, e para ela é difícil viajar para um destino longe. Então meu tio ficou com ela em Kiev”, traduz a filha de Irina.

Olga lamenta: “Eu perdi a minha casa, eu perdi meus sonhos, eu perdi tudo, e em um dia”.

Lembra a família que falou com o Jornal Nacional na quarta-feira num ônibus em Varsóvia? Desembarcou feliz nesta quinta em Brasília.

“A gente sente assim como se outra vida começasse e todo o medo, todo o pânico que a gente tinha ficou para trás, ficou lá, ficou lá”, afirma a estilista Hainaya Komatso.

Nicole diz que está feliz: “Meu sonho era vir para o Brasil conhecer minha tia. Eu não quero viver lá nunca. Quero que as bombas parem”.

Com o pai brasileiro, a mãe ucraniana e duas irmãs longe da guerra, o menino Alexander comemora:

“Agora vou brincar. Eu estou muito feliz que eu cheguei no Brasil e eu quero ver a minha vó Quitéria e o meu vô José. Quero brincar com meus amigos e também meus primos”, diz.

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