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    Eleições 2022

    Eu vou estar nos debates e vamos até o fim, diz Moro à CNN

    Ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública reiterou que declarações sobre refugiadas ucranianas do deputado estadual Arthur do Val são inaceitáveis e diz que quer retomar discussão sobre corrupção

    Douglas Portoda CNN

    em São Paulo

    O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) declarou, nesta quinta-feira (10), em entrevista à CNN, que não há possibilidade de desistência das eleições de 2022 e que vai estar em todos os debates presidenciais.

    “Desistir da minha candidatura seria desistir de mudar o Brasil, o que é meu sonho, e por isso coloquei meu nome à disposição da população brasileira. O que está acontecendo aqui na verdade é que muita gente tem medo da minha pré-candidatura e de me enfrentar nos debates. O que tenho a dizer para essas pessoas é que eu vou até o fim. Alguém vai ter que falar a verdade em 2022, não só em relação ao passado e presente, mas em relação ao futuro”, afirmou Moro.

    “Então sim, eu vou para os debates, vamos conversar com os demais candidatos Lula e Bolsonaro. Eu pelo menos vou estar nos debates e vamos até o fim. Não existe nenhuma possibilidade, zero chance de desistência. O que existe no fim são esses boatos, mas que refletem, no fundo, o medo que minha pré-candidatura oferece para essas pessoas que se aproveitam da situação política e se beneficiam quando o país vai mal”, continuou.

    Segundo o ex-juiz e e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estarão nos debates. Ele acredita que a “população brasileira gostaria de ouvi-los” e diz que tem “muita coisa para dizer para eles”.

    “Quero ver a presença deles lá, se eles vão ter medo em não comparecer ou se vão ter coragem de olhar no olho com a gente para estar presente nesses debates. Acho que é dever de todo candidato de se apresentar e dizer o que pretende fazer e o que fez para a população brasileira.”

    Justificando a afirmativa, Moro alega que ambos sabem que representam um “governo do passado que não deu certo” e “um governo do presente que desapontou os brasileiros e não entregou”, citando dados de desemprego, estagnação da economia e fome.

    CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

    Caso Arthur do Val

    Sergio Moro declarou que não tem compromisso com quem faz coisas erradas, referindo-se ao deputado estadual Arthur do Val (sem partido), que fez comentários sexistas em um áudio sobre refugiadas ucranianas na guerra que acontece no Leste Europeu. O parlamentar até então estava em seu partido, o Podemos, e pediu desfiliação posteriormente.

    Nas mensagens de voz, o deputado afirma que as refugiadas “são fáceis porque são pobres”. “É inacreditável a facilidade. Essas ‘minas’, em São Paulo, se você dá bom dia elas ‘iam’ cuspir na tua cara. E aqui elas são supersimpáticas, super gente boa. É inacreditável.”

    De acordo com o ex-juiz, “no primeiro momento, quando fui informado daqueles áudios que são inaceitáveis, e realmente repugnantes, na primeira hora nós nos manifestamos. Eu não tenho nenhum compromisso com gente que faz coisa errada. Eu não aceito esse tipo de agressão e violência moral com as mulheres”.

    Em sua manifestação sobre o caso em 4 de março, Moro disse lamentar “profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público.”

    Moro expressou ainda que não concorda em estar ao lado de quem praticou crimes de corrupção. “Temos visto que essa pauta foi abandonada no país. Nosso projeto é frontalmente contrário a isso, nós vamos retomar esse debate.”

    Confira a íntegra da entrevista no vídeo acima.