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Crescimento de Bolsonaro assusta, e PT vai antecipar campanha de Lula

O ex-presidente pretende lançar a pré-candidatura no início de abril, em grande ato em São Paulo, com a presença de Alckmin e aliados

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Fábio Vieira/Metrópoles
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa nesta manhã de quinta-feira,10, no hotel Nobile Downtown, da reunião “Mulheres com Lula para reconstruir o Brasil”, organizada pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT e pela presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT). Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
1 de 1 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa nesta manhã de quinta-feira,10, no hotel Nobile Downtown, da reunião “Mulheres com Lula para reconstruir o Brasil”, organizada pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT e pela presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT). Foto: Fábio Vieira/Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A recente melhora no desempenho do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto causou apreensão no núcleo de decisões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá apressar a apresentação formal do ex-mandatário como pré-candidato petista ao Palácio do Planalto para o início de abril.

A data ainda não está marcada, mas o evento ocorrerá logo seja fechada a chamada janela partidária, ou seja, no dia 1º de abril, quando termina o prazo para a mudança de legendas ou filiações de quem concorrerá à eleição deste ano.

O PT planeja grande ato em São Paulo, reunindo aliados e o ex-governador Geraldo Alckmin, escolhido como vice, e que ainda negocia sua filiação a algum partido da base de Lula, seja o PV, seja PSB.

Antes do lançamento oficial da pré-campanha, Lula fará duas viagens: uma delas será para Curitiba, no dia 18, a fim de participar da filiação do ex-senador Roberto Requião ao PT. Requião será o nome do partido para disputar o governo do estado.

A outra viagem será para o Rio de Janeiro, no dia 30 de abril, com o objetivo de participar do Congresso do PCdoB, sigla que se unirá ao PT e ao PV em uma federação pró-Lula.

A urgência de colocar a campanha na rua foi motivo de conversa de Lula com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, durante a volta da viagem ao México no início da semana. Lula disse para a deputada ter chegado a hora de começar a colocar o pé na estrada, já como pré-candidato formal.

A preocupação com o crescimento das intenções de voto de Bolsonaro é o principal motivo. O desejo é frear esse avanço do atual titular do Palácio do Planalto, principalmente na Região Nordeste. De acordo com petistas do entorno de Lula, ainda não há uma data certa para a ida do ex-presidente ao Nordeste, no entanto, essa deve ser uma das primeiras ações do pré-candidato petista.

Bolsonaro é considerado um adversário perigoso, por ter nas mãos a máquina pública e já ter conseguido reverter boa parte da diferença com o petista, lançando mão de programas sociais, como o auxílio emergencial para enfrentar os problemas causados pela pandemia de coronavírus e o Auxílio Brasil – substituto do Bolsa Família.

Distância cada vez menor

Bolsonaro vem ganhando terreno desde o fim do ano passado, com o lançamento do Auxílio Brasil e com as constantes viagens pelo país, no que vem sendo criticado como campanha antecipada. O que mais assusta os petistas é a diminuição da distância entre Lula e o atual presidente. Duas pesquisas divulgadas nesta semana captaram essa tendência.

Na sondagem do instituto Paraná Pesquisas, Lula manteve a liderança tanto na consulta espontânea quanto na estimulada, mas o jogo apertou. No cenário estimulado, Bolsonaro ficou oito pontos percentuais atrás do petista. Lula marcou 38,9%, e Bolsonaro 30,9%.

Essa distância já foi maior. Em fevereiro, era de 11 pontos percentuais, de acordo com o levantamento do mesmo instituto, e reforçava o favoritismo de Lula, indicando, inclusive, a possibilidade de vitória do petista no 1º turno. Lula teve 40,1% dos votos, seguido por Jair Bolsonaro, com 29,1%.

Os dois têm rejeição alta, com a de Bolsonaro no patamar de 55,8%, e a de Lula 47,4%.

O levantamento divulgado pelo instituto Ipespe na sexta-feira (11/3) mostrou que o petista segue com 43% das intenções de voto na pesquisa estimulada e, na espontânea, oscilando de 35% para 36%.

Bolsonaro somou 28% das intenções de votos e conseguiu reduzir a diferença em relação a Lula para 15 pontos percentuais. Na primeira pesquisa Ipespe do ano, o saldo era de 20 pontos. Antes, na estimulada, o titular do Planalto havia marcado 26%. Na espontânea, o mandatário chegou a 26%, um ponto acima da sondagem anterior.

Diante dos resultados, a decisão do núcleo de Lula é ativar a campanha e a militância. “Nós vamos colocar nossa campanha na rua. Está todo mundo em campanha. Bolsonaro faz campanha o tempo inteiro”, disse o deputado José Guimarães (PT-CE), um dos dirigentes mais próximos do ex-presidente.

“Sem clima de já ganhou”

Lula não faz segredo da corrida para se lançar. Em evento com mulheres nesta semana, ele apontou que “não será fácil” sua eleição e rejeitou o clima de “já ganhou”.

“A luta não será fácil. Não existe essa do ‘já ganhou’. Eleição a gente só sabe o resultado depois da apuração”, disse Lula a uma plateia de apoiadoras.

O impacto da recente subida de Bolsonaro nas pesquisas foi tema de discussão já na segunda-feira (7/3), em reunião de petistas organizada pela Fundação Perseu Abramo.

No encontro, que costuma ocorrer sempre às segundas, a avaliação unânime foi de que era realmente necessário atuar o quanto antes na pré-campanha e na mobilização da militância.

Bloco na rua

A pauta também permeou debates em relação à federação. Um dos pontos considerados para o desfecho desta semana, com o PSB abandonando a perspectiva de entrar na federação e optando por apenas se coligar, em parte se deveu à urgência de já colocar o bloco na rua.

“Não dá para ficarmos discutindo a federação enquanto Bolsonaro faz campanha todos os dias viajando pelo país”, avaliou um integrante do PSB.

“Tudo que o Bolsonaro quer é que a gente fique aqui se digladiando para resolver disputas estaduais em nome de uma federação. É hora de a gente começar a percorrer o país como uma frente contra o atual governo”, enfatizou um dos membros do PSB.

“Está na hora de a gente pensar no que nos une e parar de discutir o que nos separa”, assinalou o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ao anunciar a desistência da federação.

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