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Cabo Anselmo, ex-agente infiltrado da ditadura militar, morre aos 81 anos

Cabo Anselmo, ex-agente infiltrado da ditadura militar, morre aos 81 anos

Apontado como agente duplo durante o regime militar, José Anselmo dos Santos, conhecido também como cabo Anselmo, morreu aos 81 anos na noite de terça-feira (15), em decorrência de um mal súbito. A informação foi confirmada ao g1 nesta quarta-feira (16).

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), Anselmo nasceu em Sergipe no dia 13 de fevereiro de 1941. Ainda criança, ele e a mãe foram morar no Rio de Janeiro (RJ), onde Anselmo ficou conhecido por frequentar programas de radiofônicos de auditório.

Uma reportagem do Jornal da Globo em 2004 detalhou que cabo Anselmo fez treinamento de guerrilha em Cuba, foi preso ao voltar ao Brasil e passou a colaborar com o regime militar. Ele atuava como espião infiltrado nos movimentos de esquerda e levou muitos militantes de esquerda à tortura e à morte.

Anselmo esteve na clandestinidade desde os anos 70 depois de passar por uma cirurgia plástica para não ser reconhecido. Ele chegou a usar uma identidade falsa e viveu escondido.

José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura — Foto: JF Diorio/Estadão Conteúdo/Arquivo

Pedido de indenização negado

Em maio de 2012, a Comissão de Anistia negou um pedido de indenização feito pelo cabo Anselmo. O ex-marinheiro pediu reparação de R$ 100 mil por ter sido supostamente preso e perseguido pela ditadura.

O colegiado acompanhou o relator do processo, Nilmário Miranda, que levantou a tese de que cabo Anselmo era um agente infiltrado nos grupos militantes de esquerda. Ele votou pelo indeferimento do pedido de indenização e de anistia política.

Cabo Anselmo alegou ter sido perseguido por atuar contra o regime nos anos 1960. Após sua prisão, em 1971, ele passou a colaborar com os militares, inclusive delatando antigos companheiros da luta armada. Ele alega que colaborou para não ser morto. Durante o julgamento, o advogado sustentou que ele foi perseguido pelos militares e falou apenas sob ameaça.

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