Oferecido por

Por Jornal Nacional


FBI prende casal americano que tentou vender segredos de submarinos nucleares para o Brasil

FBI prende casal americano que tentou vender segredos de submarinos nucleares para o Brasil

O engenheiro Jonathan Toebbe e a mulher dele, Diana Toebbe, se declaram culpados no Tribunal da Virgínia Ocidental por acusações de espionagem.

Segundo o jornal “The New York Times”, o casal inicialmente avaliou para que países venderia segredos da tecnologia dos reatores nucleares de submarinos americanos. E chegou à conclusão de que vender para a China e Rússia, dois adversários dos Estados Unidos, ultrapassaria os limites morais.

O ideal era um país que tivesse dinheiro para pagar pelos documentos, que não fosse rival dos americanos e que tivesse interesse pela tecnologia. Segundo a reportagem, o casal escolheu, então, o Brasil.

O Brasil começou a desenvolver o projeto de submarino com propulsão nuclear em 1978. O submarino brasileiro desse tipo só deve ficar pronto em 2029.

Apenas seis países têm submarinos movidos a energia nuclear: Reino Unido, Estados Unidos, China, Rússia, Índia e França.

Segundo o “New York Times”, em abril de 2020, Jonathan mandou uma carta com a oferta ao serviço de inteligência do Brasil. O engenheiro teria oferecido milhares de documentos que continham informações ultrassecretas sobre a tecnologia do mais avançado submarino nuclear americano, o da Classe Virgínia.

Mas integrantes do governo brasileiro denunciaram o caso para a Polícia Federal americana, o FBI, que abriu uma investigação.

O Jornal Nacional obteve documentos da Justiça dos Estados Unidos que mostram que um agente do FBI se disfarçou para negociar a suposta compra dos documentos. O “New York Times” confirmou que esse agente do FBI se passou por um funcionário do governo brasileiro.

Em março de 2021, a operação quase foi por água abaixo: o engenheiro desconfiou e escreveu: “Preciso considerar a possibilidade de que estou me comunicando com um adversário”.

Jonathan pediu uma prova de lealdade. O agente do FBI concordou: “Podemos colocar um sinal em Washington, que pode ser visto da rua”.

Segundo o “New York Times”, o sinal visual foi colocado num prédio da diplomacia brasileira – uma ação coordenada pelo FBI e autoridades do Brasil.

Jonathan passou em frente ao local combinado e viu o sinal. Depois que a confiança foi reestabelecida, o engenheiro entregou, ao longo de meses, documentos para quem ele acreditava ser um funcionário brasileiro. A cada entrega, o FBI fazia um pagamento. As entregas aconteciam de maneiras inusitadas. Em uma delas, o casal usou um sanduíche de pasta de amendoim para esconder o cartão de memória com os documentos secretos.

A polícia americana chegou a dar US$ 100 mil ao casal durante a investigação. Até que, em outubro, com provas suficientes recolhidas, o FBI entrou com o pedido de prisão.

A Agência Brasileira de Inteligência não quis se manifestar. O JN não teve resposta da Marinha, do Ministério das Relações Exteriores e da assessoria do Palácio do Planalto.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!