Saúde Coronavírus

Deltacron no Brasil: codetecção ou recombinação genética? Entenda

Dois casos identificados no país são diferentes: em um, houve mistura de genomas, enquanto que no outro ocorreu infecção dupla
Imagem microscópica do vírus Sars-CoV-2 Foto: NIAID / via REUTERS
Imagem microscópica do vírus Sars-CoV-2 Foto: NIAID / via REUTERS

RIO — O ministro da Saúde Marcelo Queiroga confirmou nesta terça-feira dois casos de Deltacron no Brasil . Os diagnósticos ocorreram em Santana, no Amapá, e em Afuá, no Pará. No entanto, o superintendente de vigilância em Saúde amapaense afirmou que o caso de seu estado se trata de uma codetecção e não recombinação genética, o que teoricamente não poderia ser considerado um caso de Deltacron.

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A nova cepa do coronavírus é um híbrido, ou seja, uma recombinação genética da variante Delta e da Ômicron, como sugere o nome. O gene que codifica a proteína de superfície do vírus — conhecida como spike — vem quase inteiramente da Ômicron. O resto do genoma é Delta.

Já a codetecção é a infecção dupla e simultânea pelas variantes Delta e Ômicron, sem haver mistura de material genético. Este seria o caso do paciente do Amapá, que segundo a secretaria estadual de Saúde, ele foi contaminado pelas duas variantes. Apenas o caso do paciente de Afuá (PA) seria de recombinação genética.

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A Deltacron foi identificada pela primeira vez na França, em amostras coletadas em janeiro. Os cientistas acreditam que cepa tenha nascido em uma pessoa com codetecção. Apesar de raro, é possível que dois coronavírus diferentes invadam a mesma célula simultaneamente. Quando essa célula começa a produzir novos vírus, o novo material genético pode ser misturado, produzindo potencialmente um novo vírus híbrido.