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'Não foi bullying, foi atentado', diz diretora de escola palco de ataque a faca em SP

Aluno de 13 anos que esfaqueou colega foi expulso e segue na Fundação Casa; vítima está internada sem risco de morte
Colégio Floresta, onde um aluno de 13 anos atacou a colega com uma faca Foto: TV Globo/Reprodução
Colégio Floresta, onde um aluno de 13 anos atacou a colega com uma faca Foto: TV Globo/Reprodução

SÃO PAULO — A motivação para o ataque a faca feito por um aluno de 13 anos contra uma colega, numa escola de São Paulo, não teve relação com o suposto bullying relatado pelo menino à polícia. Essa é a avaliação da diretora Elosita Garcia, que expulsou o menino por entender que o episódio se tratou de um "atentado". O autor da facada segue na Fundação Casa, centro de acolhimento de jovens infratores do estado.

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— Daqui para a frente o Estado vai se encarregar de acompanhá-lo. Ele foi desligado do nosso quadro de alunos, porque não foi um caso de bullying. Foi um atentado — afirmou Elosita Garcia.

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Segundo a diretora, o aluno expulso tinha "comportamento exemplar" e nunca foi motivo de queixa por parte dos professores. Ela chama de mentira a versão dada à polícia pelo menino, de que teria sofrido bullying.

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O ataque ocorreu às 11h20 da terça-feira, durante a troca de aulas numa sala do oitavo ano do Ensino Fundamental do Colégio Floresta, na Zona Leste da capital paulista. Uma aluna de 12 anos foi golpeada dez vezes pelo colega e levada para o hospital municipal de Ermelino Matarazzo. Um menino que tentou protegê-la também foi atingido.

A faca utilizada foi apreendida para perícia. O caso foi registrado como ato infracional de lesão corporal e de tentativa de homicídio pelo 24º Distrito Policial, de Ponte Rasa. A menina segue internada no Hospital 9 de Julho, no Centro da cidade, sem risco de vida, mas a família não autoriza a divulgação do boletim médico.

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A escola suspendeu as aulas e vai se manter fechada até o fim de semana. Nesta quarta-feira, o prédio passou por uma limpeza, especialmente na sala onde o ataque derramou sangue pelo chão.

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Na segunda-feira, quando as aulas voltarem, a ideia da equipe pedagógica é reunir os estudantes e os responsáveis para terapia com psicólogos contratados pela instituição. A escola fará as sessões "à medida que os alunos forem chegando". A Secretaria Estadual de Educação também disponibilizou profissionais de psicologia ao colégio.

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Num comunicado  em seu site, a escola agradece as "várias manifestações de apoio e solidariedade" e chama o episódio de "lamentável fato". Exceto a expulsão do autor do ataque, nenhum responsável pediu cancelamento de matrícula após o ocorrido, segundo a diretora.

— Hoje vamos nos reunir para preparar a recepção dos alunos e pais na segunda-feira, tranquilizá-los, para que eles entendam o que aconteceu. Foi uma fatalidade — diz Elosita.