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    Eleições 2022

    Relação entre PT e Temer mostra dilema de ampliar base de apoio, diz cientista político

    Em entrevista à CNN neste sábado (23), Rafael Cortez analisou o cenário eleitoral para as disputas deste ano

    Vinícius TadeuRenata Souzada CNN

    em São Paulo

    Em entrevista à CNN neste sábado (23), o cientista político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, analisou o dilema que se cria no relacionamento entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Michel Temer (MDB), diante do objetivo do PT de ampliar sua base.

    “Esse relacionamento entre PT e o ex-presidente Temer, entre o ex-presidente Lula e Temer, é talvez a tradução mais clara do dilema, do ponto de vista do PT, de ampliar a base de apoio que o partido sinaliza fazer. Até por conta dessa percepção de risco que a gente tem mencionado. Então é uma interpretação de que, se a eleição presidencial se encerrar no primeiro turno, diminuem as chances de questionamento da lisura do sistema eleitoral”, avaliou.

    Um dos motivos citados pelo especialista é o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) — que foi substituída por Temer, então vice-presidente. Na última sexta-feira (22), Dilma chegou a afirmar que comentários recentes do emedebista a elogiando são uma tentativa de se livrar da pecha de “golpista”.

    Na quinta-feira (21), o PT oficializou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer ao Palácio do Planalto, com Geraldo Alckmin (PSB) como vice. O terceiro colocado na disputa, Ciro Gomes (PDT), também oficializou sua candidatura.

    Na avaliação de Cortez, as próximas convenções mais “importantes”, diante do atual cenário eleitoral, são a do PL, neste domingo (24), e a do MDB, na quarta-feira (27).

    “A convenção do MDB ganhou mais recentemente cenários bem importantes, por conta do questionamento judicial em relação à data, o apoio do MDB à candidatura da senadora Simone Tebet a presidente não é unanimidade dentro do partido. Tem uma parcela relevante da legenda que prefere outro caminho”, afirmou o cientista.

    O espaço da terceira via é muito menor do que supõe o espaço que esse tema ganhou na discussão política no Brasil. Eleições presidenciais, em geral, são eleições que geram duas forças mais relevantes.

    Rafael Cortez

    O especialista analisou ainda a possibilidade de aumento das manifestações extremistas durante as eleições deste ano.

    “Ainda que a gente saiba que, de fato, em ano eleitoral, o cenário político fica mais difícil, mais complicado, mas nós estamos tratando aqui de um outro conjunto de problemas. De tal sorte que as ações da Justiça podem, sim, gerar uma percepção de que, diferentemente dos anos anteriores, que o Poder Judiciário vai olhar para o problema das manifestações políticas, incitação à violência, entre outros pontos, de forma muito mais rigoroso. Exercendo uma espécie de efeito didático para evitar uma escalada ainda maior desses acontecimentos.”

    Debate

    A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.