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Ibovespa fecha em alta de mais de 2% com apostas de fim de alta de juros após Copom; Dólar cai 1,10%

Sinalização de fim de ciclo de alta fez investidores ficarem mais otimistas com ações de companhias ligadas ao mercado interno

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 2,04% nesta quinta-feira (4), aos 105.892 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira descolou da maioria dos benchmarks americanos, impulsionado pelo otimismo do mercado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de ontem.

Em Nova York, Dow Jones e S&P 500 recuaram, respectivamente, 0,26% e 0,08%. O índice Nasdaq, no entanto, conseguiu avançar 0,41%, na esteira da queda do rendimento dos treasuries – o título para dez anos viu seu yield recuar 8,5 pontos-base, para 2,663%.

Em grande parte, essa queda da curva de juros americana acompanhou a baixa das commodities. O petróleo fechou em seu menor nível desde fevereiro, com o barril Brent a US$ 94,12, caindo 2,75%, e o WTI a US$ 88,54, recuando 2,12%.

O mercado, por lá, continua a temer uma recessão. Foi publicado hoje que o número de novos pedidos de seguro-desemprego para a semana encerrada no dia 30 de julho foi de 260 mil, ante 259 mil do consenso e acelerando frente os 254 mil da última medição.

Além disso, ontem, o nível de estoque de petróleo dos EUA surpreendeu, com 4,4 milhões de barris acumulados, ante 700 mil esperados pelo consenso. O estoque de gasolina, por sua vez, cresceu em 163 mil barris, ante previsão de queda de 1,3 milhão.

No Brasil, o que ditou o pregão foi a decisão de ontem do Copom. “Mercado se animou bastante com a decisão, não pela alta de 50 pontos-base da Selic, mas pela sinalização de que é possível que o ciclo termine nesta reunião”, explicou Ubirajara Silva, gestor da Galápagos Capital.

“O Copom fez um comunicado que, na leitura do mercado, foi mais brando, falando que vai avaliar ou não se precisará aumentar os juros na próxima reunião – e sinalizando que, se precisar, a alta será menor do que a de ontem”, completa Joaquim Sampaio, sócio e gestor de juros e moedas da RPS Capital. “Se subiu 50 pontos-base, pode, no máximo, vir 25. O mercado começou a realizar que estamos no fim do ciclo”.

As falas do Banco Central brasileiro, para especialistas, podem sinalizar que não haverá mais altas, apesar de não ser possível prever se as quedas da Selic começarão em breve.

A fala do Copom, com uma leve ajuda do recuo das commodities, fez a curva de juros brasileira ter fortes baixas a partir do seu miolo. O DI para 2023 teve seu rendimento caindo dois pontos-base, a 13,74%. Os DIs para 2025 e 2027 tiveram seus yields recuando, respectivamente, 37 e 35 pontos, para 12,10% e 12,11%. Na ponta longa, as taxas dos DIs para 2029 caíram 31 pontos, para 12,34%, e as do DI para 2031, 28 pontos, para 12,44%.

“Com essa queda dos juros, conseguimos verificar bem na Bolsa uma rotação de carteira dos investidores. Ontem já percebemos que boa parte do setor de commodities ficou no zero a zero, quando não caindo, enquanto empresas ligadas ao mercado interno subiram bem. Isso se repete hoje“, explica Silva.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias do Méliuz (CASH3), com mais 15,04%, do Magazine Luiza (MGLU3), com mais 14,81% e da MRV (MRVE3), com mais 13,99%.  Do lado das quedas, as ações ordinárias da PetroRio (PRIO3) foram destaques negativos, com menos 1,73%.

O dólar comercial fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,22 na compra e na venda.

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