Por Raoni Alves e Marcos Serra Lima, g1 Rio


Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Estudantes, trabalhadores e integrantes de movimentos sociais e sindicais se reuniram, às 16h desta quinta-feira (11), em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, para o ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro.

Durante mais de 3 horas, uma multidão percorreu as ruas do Centro até chegar à Cinelândia, onde o evento foi encerrado.

O evento organizado pela Centra Única dos Trabalhadores (CUT) fez parte de um movimento que aconteceu em várias capitais brasileiras e teve como objetivo defender a democracia e pedir que sejam respeitadas as decisões das urnas nas eleições de outubro.

Primeira a falar, a deputada federal Jandira Feghali (PC do B) disse que "a democracia não aceita mais nenhum recuo". E defendeu a recuperação do orçamento das universidades.

"Para que nunca mais alguém volte a falar em universidade pública paga. Vamos batalhar para garantir o orçamento a partir de 2023. Falo aqui em defesa dos estudantes, professores e funcionários das universidades públicas. Viva o ensino público e a democracia brasileira."

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL) também defendeu mais investimento na Educação.

"Eu sou cria do Morro do São Carlos, cria da educação pública, cria das políticas públicas. O nosso dinheiro da educação pública está indo para jogo político, para o orçamento secreto, toma lá, da cá. E isso não vamos aturar. Nós queremos investimento na educação, queremos bandejão, queremos passe livre intermunicipal. Se o Bolsonaro despreza a educação, serão os estudantes e quem é da Educação que vai derrotá-lo.”

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

O deputado federal Glauber Braga (PSOL) destacou a importância da mobilização.

"Eles dizem que os cortes na Educação são necessários porque não tem dinheiro. Uma pinoia. Enquanto eles anunciaram os cortes na Educação, o orçamento secreto tem R$ 16 bilhões para comprar deputados institucionalmente. É ocupando as ruas que vamos fazer com que esse jogo seja virado", disse.

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

"Há exatamente 30 anos, no dia 11 de agosto de 92, começava o movimento dos caras pintadas e nós fomos para as ruas e tiramos o Fernando Collor de Melo. Esse tem que ser o primeiro ato e só vamos sair das ruas quando tirarmos o presidente Bolsonaro", disse o vereador Lindbergh Farias (PT).

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Às 18h, chovia forte no Centro. Por volta das 19h15, os manifestantes chegaram à Cinelândia e o movimento foi desmobilizado.

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Raoni Alves/g1 Rio

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Raoni Alves/g1 Rio

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manifestantes se reúnem no Centro do Rio em ato pela democracia — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Leitura de carta nas universidades

Mais cedo, representantes de universidades do Rio de Janeiro fizeram a leitura da "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito".

Pelo país, também nesta quinta, outros atos para a leitura do manifesto foram organizados por diversas instituições.

RJ tem ato em defesa da democracia e do processo eleitoral

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Segundo o comunicado feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o documento público é uma "resposta aos ataques reiterados ao sistema eleitoral brasileiro".

Data simbólica

No Rio, em São Paulo e em diversas outras cidades do Brasil, o 11 de agosto de 2022 será marcado como um dia em defesa pela democracia. A data escolhida é simbólica: marca a criação dos cursos de direito no Brasil e também uma passeata contra Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil que sofreu impeachment em 1992.

Foi também nas proximidades de 11 de agosto, mais precisamente no dia 8, que em 1977 ocorreu a leitura de um manifesto contra ditatura militar.

Historicamente, agosto é um mês com importantes registros para a história do Brasil.

Relembre alguns:

  • 24 de agosto de 1954: suicídio de Getúlio Vargas
  • 25 de agosto de 1961: renúncia de Jânio Quadros
  • 31 de agosto de 1969: Arthur da Costa e Silva deixa a presidência após uma trombose cerebral
  • 22 de agosto de 1976: morte de Juscelino Kubitschek
  • 28 de agosto de 1992: Câmara dos Deputados aprova a abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello
  • 31 de agosto de 2016: Senado aprova o impeachment da presidente Dilma Rousseff

Carta de 2022

A Faculdade de Direito da USP divulgou, em 26 de julho, uma carta em defesa da democracia e do processo eleitoral com assinaturas de autoridades, ex-ministros do STF, artistas, acadêmicos e banqueiros.

Pilotis da PUC-Rio lota para ato em defesa da democracia — Foto: Bárbara Carvalho/GloboNews

O documento, intitulado, "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!", foi lançado depois de seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro.

A leitura da carta aconteceu nesta quarta-feira (11), na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Centro da capital Paulista, e em outras universidades do país.

No Rio de Janeiro, a carta foi lida na Uerj, na UFRJ, na UFF e na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio).

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