Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Informações da coluna

Por Míriam Leitão

A notícia de que o Ministério da Defesa teria um acesso diferenciado às urnas foi negada pelo TSE, como antecipei aqui no blog, e é mais uma tentativa das Forças Armadas de agradarem o presidente Bolsonaro em seu plano de desacreditar as urnas.

Bolsonaro empurrou as Forças Armadas nessa direção, que entraram nessa toada pelas atitudes insensatas de seus comandantes. O Comando de Defesa Cibernética do Exército não tem poderes que outras instituições não têm, são uma parte do processo de acompanhamento das eleições, instituições fiscalizadoras.

Até outro dia, Ricardo Sant’Ana, chefe deste comando fazia parte da Comissão de Transparência do TSE e postava nas redes sociais contra o TSE, as urnas e a favor de Bolsonaro. Ou seja, um militar da ativa estava infringindo o estatuto militar. Nada aconteceu contra ele, não se tem notícias de que foi punido. Somente o ministro Edson Fachin, que na época estava à frente do TSE, tirou o nome dele da lista da comissão.

Talvez as Forças Armadas estejam procurando uma saída de faz de conta para agradar o presidente. Não existe simulação possível. O Exército tem que dizer claramente para o presidente que o que ele deseja não é razoável. Que as urnas são confiáveis. Este é o único caminho para as Forças Armadas do Brasil: é se submeter à autoridade do TSE, porque é a instância máxima da Justiça Eleitoral. Elas são bem-vindas para acompanhar a apuração, mas não são um poder paralelo. Não são uma justiça eleitoral paralela.

As Forças Armadas têm que decidir a quem servem: ao povo brasileiro e à democracia ou ao presidente Bolsonaro, que tem conspirado contra a democracia.

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