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Ibovespa cai 2,30%, seguindo exterior com Dow Jones em seu pior pregão desde junho de 2020; dólar avança 1,77%

Inflação acima do esperado nos Estados Unidos aumenta temor de juros mais altos por mais tempo e derruba ativos de risco em todo o mundo

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em queda de 2,30% nesta terça-feira (13), aos 110.793 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira recuou, em grande parte, acompanhando o movimento dos benchmarks americanos, com a leitura do

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tiveram, baixas de, respectivamente, 3,94%, 4,32% e 5,16%. O primeiro teve seu pior dia desde junho de 2020.

“O grande catalisador dessas quedas foi o relatório índice de preços ao consumidor americano [CPI, na sigla em inglês], que trouxe uma inflação acima das expectativas. Mais do que isso, houve itens específicos com preço acelerando, ao contrário do que se esperava”, explica Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos. “Temos um cenário de inflação mais ampla e persistente, o que deve fazer o Federal Reserve subir o juros em 75 pontos-base na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto [Fomc, na sigla em inglês], ao invés dos 50 pontos que algumas casas precificavam”.

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Mais cedo, o CPI trouxe uma inflação subindo 0,1% em agosto, ante consenso de recuo de 0,1%. No ano, a inflação bateu 8,3%, ante expectativa de 8,1%.

“É importante notar que algumas casas já estão precificando uma alta de até 1 ponto percentual, que seria muito agressiva”, complementa a especialista da corretora.

Segundo levantamento feito pelo CME Group, 24% dos especialistas escutados agora apostam em uma alta de 1 ponto, contra 0% na véspera. 76% acredita em uma alta de 0,75 ponto, contra 91% na véspera. Ninguém mais acredita em uma alta de apenas 0,50 ponto na próxima reunião, que acontece ainda em setembro.

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Os treasuries yields avançaram em bloco – o título para dez anos fechou com sua taxa subindo 5,6 pontos-base, a 3,418%, e o para dois anos, foi a 3,745%, com alta de 17,4 pontos.

“O mercado estava precificando um pouso suave, com inflação desacelerando e sem crise econômica. Com essa inflação mais alta do que o esperado, o mercado volta a se preocupar com uma alta dos preços persistente e com um Fed mais agressivo, o que pode levar a uma recessão e que também é ruim para ativos de risco”, contextualiza Li.

A aversão ao risco fez o DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas mundiais, subir 1,42%, aos 109,87 pontos. Frente ao real, a moeda americana ganhou 1,77%, a US$ 5,187  na compra e a R$ 5,188 na venda.

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No Brasil, a curva de juros seguiu a tendência dos Estados Unidos, fechando em alta generalizada. Os DIs para 2023 tiveram taxas subindo três pontos-base, para 13,76%, e os para 2025 ganharam 14 pontos, a 13,13%. Os DIs para 2027 e 2029 viram seus yields avançando, respectivamente, 18 e 23 pontos, para 11,54% e 11,66%. O DI para 2031 foi a 11,75%, com acréscimo de 22 pontos.

“A inflação veio acima do esperado. O mercado esperava algo 8% no anualizado e ficou em 8,3%. O mercado vinha em uma toada positiva, acho que meio que esquecendo que o mundo tá em guerra. A inflação sofreu quedas pontuais, mas deve se manter em alta”, sinaliza André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos. “Do lado negativo, quem sofre com o juros mais altos são as empresas de varejo e também as mais endividadas”.

Entre as maiores quedas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da Hapvida (HAPV3), com menos 6,71%, da Natura (NTCO3), com menos 6,43%, e da Qualicorp (QUAL3), com menos 6,15%. Apenas duas ações subiram neste pregão – as ordinárias da MRV (MRVE3), com mais 0,90%, e as da BB Seguridade (BBSE3), com mais 0,67%.

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