Eleições 2018 em São Paulo

Por Tatiana Santiago, G1 SP — São Paulo


Major Olimpio (PSL) e Mara Gabrilli (PSDB) são os novos senadores de São Paulo — Foto: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo e Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo

Os candidatos Major Olimpio (PSL) e Mara Gabrilli (PSDB) foram eleitos os dois senadores em São Paulo após a votação deste domingo (7). Olimpio obteve 25,79% dos votos e Mara obteve 18,63% dos votos com 95,09% dos votos apurados.

O candidato Eduardo Suplicy (PT), que liderou as pesquisas de intenção de voto até quinta-feira (4), ficou em terceiro lugar (13,32%), seguido por Tripoli (PSDB), com 9,04%.

Resultado após 100% das urnas apuradas:

  • MAJOR OLIMPIO (PSL): 9.039.523 (25,81%) - eleito
  • MARA GABRILLI (PSDB): 6.513.138 (18,59%) - eleita
  • EDUARDO SUPLICY (PT): 4.667.313 (13,32%)
  • TRIPOLI (PSDB): 3.154.002 (9,00%)
  • MAURREN MAGGI (PSB) 2.979.776 (8,51%)
  • MÁRIO COVAS NETO (PODE): 2.127.923 (6,07%)
  • JILMAR TATTO (PT): 2.103.212 (6,00%)
  • DIOGO da LUZ (NOVO): 1.778.861 (5,08%)
  • CIDINHA (MDB): 587.840(1,68%)
  • SILVIA FERRARO (PSOL): 543.579 (1,55%)
  • DANIEL CARA (PSOL): 440.111 (1,26%)
  • MARCELO BARBIERI (MDB): 386.872(1,09%)
  • ANTONIO NETO (PDT): 358.425 (1,02%)
  • PEDRO HENRIQUE (REDE): 136.461 (0,39%)
  • MOIRA LÁZARO (REDE): 129.146 (0,37%)
  • DR.ª ELIANA FERREIRA (PSTU): 60.728 (0,17%)
  • MANCHA (PSTU): 21.183 (0,06%)
  • JAIR ANDREONI (PRTB): 0 (0,00) (candidato com votos anulados/nulos: 145.941 votos)
  • KALED (DC): 0 (0,00%) (candidato com votos anulados/nulos: 134.264 votos)
  • NIVALDO ORLANDI (PCO) 0 (0,00%) (candidato com votos anulados/nulos: 7.418 votos)

Major Olimpio é policial militar da reserva

Major Olimpio comemora vitória em bar de Santana, Zona Norte de SP — Foto: André Azeredo/G1

Sérgio Olimpio Gomes, o Major Olimpio, de 56 anos, é policial militar da reserva e deputado federal por São Paulo. Casado e pai de dois filhos, ele nasceu em Presidente Venceslau, no interior paulista.

Como policial, trabalhou 29 anos na corporação. É formado em ciências jurídicas e sociais, jornalista, professor de educação física, técnico em defesa pessoal, instrutor de tiro e autor de livros.

Em 2006 foi eleito deputado federal pelo PDT, sendo reeleito em 2010. Olimpio foi líder do partido na Assembleia Legislativa.

No ano de 2014 foi eleito deputado federal. Em março de 2016 foi para o solidariedade e em março deste ano filiou-se ao PSL, partido de Jair Bolsonaro, para concorrer como candidato ao Senado Federal.

Ele é conhecido pela luta contra a corrupção e pelos constantes ataques ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) reivindicando melhores condições de trabalho e salariais aos policiais militares.

Em março de 2016, na cerimônia de posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, o major gritou “Vergonha” como protesto contra a tentativa de livrar Lula da prisão. Ele foi hostilizado pelo público que acompanhava a cerimônia e foi retirado do local por seguranças.

Ele já havia causado polêmica quando, em novembro de 2016, fez elogios ao policial militar de São Paulo que trabalhava como motorista de Uber e matou três rapazes em uma tentativa de assalto.

No discurso, na tribuna da Câmara, o parlamentar disse que são “três vagabundos a menos” e “que o diabo os carregue mesmo”.

“No momento em que, em uma ação reflexa, ousada e preparada, o tenente Cavalcante reagiu a essa injusta agressão, baleou esses três bandidos e que o diabo os carregue mesmo, tinha que ter gol no Fantástico, três vagabundos a menos com a atitude do tenente Cavalcante”, discursou Major Olímpio, em tom exaltado.

Em janeiro de 2017, Major Olimpio publicou mensagem em rede social e fez 'placar dos presídios', em referência aos massacres em Manaus e Boa Vista, em que morreram quase 100 presos. Ele publicou em sua página pessoal no Facebook uma mensagem na qual "desafiava" os presidiários do Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, a fazer rebeliões e massacres que superassem as mortes que ocorreram em presídios de Manaus (AM) e de Boa Vista (RR).

Na mensagem, o deputado do Solidariedade afirma: "Placar dos presídios: Manaus 56 x 30 Roraima. Vamos lá, Bangu! Vocês podem fazer melhor! #EuAcredito"

Mara é a 1ª senadora tetraplégica

Mara Gabrilli será a primeira senadora tetraplégica do país — Foto: Rogério Marques/ Estadão Conteúdo

Mara Cristina Gabrilli, de 51 anos, foi a primeira e única deputada federal tetraplégica do país. Ela foi eleita a uma das duas vagas de senadores pelo estado de São Paulo.

Durante 20 anos de vida pública, foi fundadora e presidente de ONG Secretária da Pessoa com Deficiência da capital paulista, vereadora por São Paulo e duas vezes deputada federal.

Em 1997, três anos após seu acidente, Mara fundou o Instituto Mara Gabrilli, uma organização que desenvolve programas nas áreas de esporte e inclusão.

Em vídeo publicado em sua conta no Twitter, o candidato ao governo do estado de São Paulo pelo PSDB, João Doria, afirmou que ainda disputará no segundo turno e parabenizou a correligionária pela vitória.

“Eu to aqui neste exato momento festejando, na minha casa, com a Mara Gabrili, a nova senadora da República. Mulher, guerreira, lutadora, vibradora, torcedora do Brasil, defensora dos brasileiros, dos mais humildes, dos mais pobres, dos mais necessitados”, disse Doria.

Entre 2005 e 2007, Mara foi secretaria municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida em São Paulo. Na ocasião, desenvolveu projetos nas áreas de infraestrutura urbana, educação, saúde, transporte, cultura, lazer, e emprego, além de contribuir para o aumento da frota de ônibus adaptados, que de 300 saltou para 3 mil, a reforma de 400 quilômetros de calçadas, inclusive na Avenida Paulista.

No vídeo a senadora eleita também comenta a sua vitória. “Eu entrei pra política por ter quebrado o pescoço e por ter percebido o quanto as pessoas vulneráveis precisavam. E foram essas pessoas que me credenciaram a lutar por todo cidadão."

Em 2007, ela foi vereadora mais votada da cidade e aprovou seis projetos de lei sobre acessibilidade aos deficientes e melhorias para a cidade.

Em 2011, como deputada federal, incentivou uma ampla reforma para acessibilidade na Câmara dos Deputados. Em 2014 foi reeleita como deputada federal. Ela presidiu a Comissão em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e a Frente Parlamentar Mista de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras.

Em junho deste ano, Mara foi eleita para integrar o Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência entre 2019 e 2022. É a primeira que o Brasil tem um representante no comitê.

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