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    “Quase certeza de que não estão mais entre nós”, diz sogra de desaparecido no Amazonas

    Familiares de Dom Phillips, representantes da Funai e mais manifestantes se reuniram em ato na praia de Copacabana

    Stéfano Sallesda CNN

    Rio de Janeiro

    Um protesto na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, reuniu neste domingo (12) familiares e amigos do jornalista britânico Dom Phillips, desaparecido há uma semana com o indigenista brasileiro Bruno Pereira, no Vale do Javari, no Amazonas.

    O inglês é casado com a brasileira Alessandra Sampaio, com quem mora em Salvador. A sogra de Phillips, Lúcia Farias Sampaio, o cunhado Marcos Faria Sampaio e seu pai, Luiz Carlos Sampaio, que moram na cidade, foram à manifestação pela cobrança de respostas sobre a localização dos desaparecidos.

    Emocionada, Lúcia mostrou pessimismo em relação ao encontro do genro e o indigenista.

    “Foi um desespero total quando a gente soube. Há uma esperança imensa de eles estarem perdidos na floresta. Hoje, é quase certeza absoluta de que eles não estão mais entre nós. Minha filha está lá em Salvador, sofrendo como uma louca. A vida deles desabou porque tinham sonhos que foram por água abaixo. Eram almas gêmeas”, disse a sogra do inglês.

    Apesar do momento de sofrimento, Marcos afirmou que a família se apoia na fé para esperar pelas informações sobre os desaparecidos.

    “Temos de ser realistas. Apesar de sermos uma família de muita fé, de acreditar muito em Deus, a gente se apoia na última esperança. Até ter uma resposta definitiva, temos que acreditar. A gente acredita, mas está esperando pelo pior, apesar de ter fé”, disse Marcos.

    O sogro de Phillips demonstrou a admiração que a família tem pelo jornalista e genro.

    “Um cara espetacular, não tem palavras que possam descrever quem era o Dom. Uma figura extraordinária. Eu ainda alimento a esperança de encontrá-lo. Tenho quase que fé plena que vou encontrá-lo. Só o tempo dirá. Peço a Deus que não seja em vão essa nossa luta e que ele seja visto, pelo mundo inteiro, nas suas boas atitudes”, espera o sogro.

    Marcos defendeu que o ato, que também contou com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) em um total de cerca de cem manifestantes, não teve caráter político. Ele disse que a família está grata a todos os envolvidos nos esforços de buscas na Amazônia.

    A família do jornalista tem recebido contato de órgãos do governo federal, segundo Marcos, e sua irmã está recebendo assistência diplomática do Reino Unido. No entanto, ele reclama de saber de informações apenas pela imprensa.

    “É tudo muito angustiante e o cerco está começando a se fechar. A gente está acompanhando tudo pela imprensa e, graças a vocês, nós temos informações. A gente fica entrando em todos os veículos para tentar ver o que saiu, o que não saiu, e tem sido muito angustiante, muito triste, mesmo”, conclui.