Brasil Educação

Quase 20% dos cursos avaliados no Enade não agregam o esperado aos estudantes

MEC divulgou o IDD, indicador que leva em conta desempenho na avaliação do ensino superior e no Enem
RI Rio de Janeiro (RJ) 06/09/2017. Crise na UERJ. Movimento na Universidade é pouco. Foto Custodio Coimbra Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
RI Rio de Janeiro (RJ) 06/09/2017. Crise na UERJ. Movimento na Universidade é pouco. Foto Custodio Coimbra Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo

RIO e BRASÍLIA—  Alunos de 19,4% dos cursos avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2017 não agregam o desenvolvimento esperado até se formarem. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os dados do Índice de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que mede o valor agregado pelo curso de graduação ao desenvolvimento dos alunos concluintes.

Para chegar ao IDD, o MEC realiza um cálculo que leva em consideração o desempenho do estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Enade. O Índice, que também incorpora o perfil socioeconômico do estudante, varia de 1 a 5. As notas 1 e 2 significam que o curso não levou o aluno, com a formação que tinha no início, ao patamar esperado. Da nota 3 em diante, os cursos conseguiram levar até o patamar projetado ou mais.

A maior parte dos cursos do país ficou na faixa 3. Foram 59,5% dos cursos avaliados nesse patamar. A faixa 1 reuniu 3,8% dos cursos; na 2 foram 15,6%; já na faixa 4 foram 16,2% dos cursos. No nível mais alto, a faixa 5, ficaram 4,9% dos cursos.

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Os dados foram divulgados junto com os resultados do Conceito Enade. Em 2017, o  Enade avaliou 10.570 cursos de bacharelado e licenciaturas na área de Ciências Exatas e afins em universidades públicas e privadas. Também foram avaliados cursos superiores de tecnologia enquadrados em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão da Produção Industrial, Gestão da Tecnologia da Informação, e Redes de Computadores.

Renato Augusto dos Santos, coordenador de qualidade do ensino superior do Inep, explicou que conceitos 1 e 2 do IDD são considerados insatisfatórios, ou seja, o curso não conseguiu agregar o conhecimento esperado em relação ao nível do aluno quando começou o curso. O parâmetro é como o estudante chegou à instituição. Por isso, acrescentou o ministro Rossieli, é possível ter curso com Enade 5, mas com IDD baixo.

— Do (IDD) 3 para frente, (o curso) levou o estudante até onde era esperado ou mais que isso. Do 2 para trás estão os cursos que não levaram ao patamar esperado —  explicou.