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Cheque em branco

Oposição caiu na armadilha do governo Bolsonaro para romper lei eleitoral

Brasília (DF), 13/06/2022 - Plenário do Senado Federal

(Míriam Leitão e Alvaro Gribel) 

A aprovação da chamada PEC 01, com ampla maioria de votos da oposição, mostra que esses senadores caíram na armadilha criada pelo governo Bolsonaro. O presidente ganhou um cheque em branco para ampliar despesas a menos de 100 dias das eleições, desrespeitando as leis fiscais e eleitorais do país.

O único parlamentar com coragem de fazer a coisa certa foi o senador José Serra (PSDB-SP), que foi o voto contrário nos dois turnos de apreciação da matéria no Senado. A ilusão dos senadores oposicionistas é achar que conseguiram melhorar o texto, evitando o pior cenário.

Mas a verdade é que Bolsonaro conseguiu o que queria, com a permissão de gastar até R$ 55,5 bilhões por fora do teto de gastos - incluindo as desonerações dos combustíveis -, pelas contas do próprio secretário do Tesouro, Paulo Valle, e com a criação de programas novos às vésperas de os eleitores irem às urnas.

A crise de falta de recursos para os mais pobres foi provocada pelo próprio governo, que mais uma vez não se planejou para o pior cenário. As medidas foram adiadas, para que próximo das eleições eles pudessem romper as barreiras imposta pelas leis eleitorais aos governantes.

A aprovação relâmpago, com dois turnos em um mesmo dia, sem passar pelas comissões, mostra que esta legislatura perdeu completamente o compromisso com o rigor e a seriedade necessárias para a aprovação de propostas que alteram a Constituição.

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