Lula eleito: Alexandre de Moraes vê 'risco nenhum' de contestação do resultado

  • Leandro Prazeres
  • Da BBC News Brasil em Brasília
Alexandre de Moraes

Crédito, Antonio Augusto/Secom/TSE

Legenda da foto, Alexandre de Moraes, presidente do TSE, em entrevista coletiva

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, minimizou o risco de que o resultado das eleições presidenciais seja contestado.

Segundo ele, não há "risco nenhum" de que isso possa acontecer e prometeu que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), tomarão posse no dia 1º de janeiro de 2023.

"Não vislumbramos risco real de nenhuma contestação. O resultado foi proclamado, o resultado será aceito e aqueles que foram eleitos à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, serão diplomados no dia 19 de dezembro e tomarão posse no dia 1º de janeiro. Risco nenhum", disse Alexandre de Moraes durante entrevista coletiva realizada na sede do TSE neste domingo (30/10).

Resultados

Com 99,99% das urnas apuradas, Lula foi eleito com 50,90% dos votos contra 49,10% do presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista deverá exercer o seu terceiro mandato presidencial.

Os rumores sobre uma eventual contestação do resultado das eleições são resultado do histórico de críticas feitas por Bolsonaro ao sistema eletrônico de votação em vigor no país. Desde sua vitória em 2018, ele faz críticas às urnas eletrônicas alegando, sem apresentar provas, que elas não seriam 100% seguras.

Mais de uma hora depois de o resultado das eleições ter sido proclamado pelo TSE, Bolsonaro não fez nenhum pronunciamento. Em diversos países democráticos, a tradição é que os candidatos derrotados entrem em contato com os vencedores admitindo a derrota e reconheçam, publicamente, o resultado das eleições.

O silêncio do presidente contrasta com as manifestações públicas de muitos de seus próprios aliados e também de chefes de Estado ou de governo de diversos países que já parabenizaram Lula pela vitória.

Entre eles estão o presidente americano, Joe Biden, e o francês, Emmanuel Macron.

"Eu envio minhas congratulações a Luiz Inácio Lula da Silva por sua eleição para ser o próximo presidente do Brasil após eleições livres, justas e confiáveis", disse Biden em um pronunciamento divulgado na noite deste domingo.

Ligações para Lula e Bolsonaro

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Alexandre de Moraes disse que, antes de proclamar o resultado, ligou tanto para Lula quanto para Bolsonaro informando-os que iria se pronunciar publicamente sobre os números da disputa.

Indagado por jornalistas, Alexandre de Moraes não informou o que Bolsonaro lhe disse durante a ligação.

"Eu liguei para os dois candidatos, cumprimentei-os e avisei que iria proclamar o resultado. Parabenizei ambos [...] somente isso. O presidente Bolsonaro me atendeu com extrema educação, agradeceu e não foi nada mais do que isso", disse Moraes.

O presidente do TSE afirmou que os números das eleições deste ano mostram que Brasil está polarizado.

Diferentemente do que ocorreu em anos anteriores, a abstenção no segundo turno foi menor do que no primeiro. No primeiro, o número de eleitores faltantes foi de 20,95% do total. No segundo turno foi de 20,56%.

Moraes afirmou esperar que o presidente eleito possa diminuir o nível de polarização no país.

"(Polarização) faz parte do jogo democrático. Obviamente, houve uma polarização maior e, agora, compete aos vencedores unir o país porque os eleitos governarão para todos os brasileiros, não apenas para seus eleitores", disse Alexandre de Moraes.

Também na entrevista coletiva, o ministro disse esperar que as eleições deste ano marcariam uma "vitória da democracia".

"[A eleição] se encerra com vitória da democracia, vitória da sociedade e dos eleitores que compareceram", afirmou o ministro.

"Quem novamente atestou a credibilidade das urnas foi o povo brasileiro, foi o eleitor", disse Moraes. Presidente do TSE admitiu aumento da polarização e disse esperar que próximo governo possa "unir o país".