Mais três universidades do Reino Unido proibiram as empresas de combustíveis fósseis de recrutar estudantes por meio de seus serviços de carreira, com uma citando a indústria como uma “barreira fundamental para um mundo mais justo e sustentável”.
A University of the Arts London, a University of Bedfordshire e a Wrexham Glyndwr University juntam-se à Birkbeck, que foi a primeira a adotar uma política de serviços de carreiras livres de fósseis em setembro.
As mudanças seguem uma campanha apoiada pelo grupo estudantil People & Planet, que agora está ativo em dezenas de universidades. O grupo disse que as universidades têm “apoiado as empresas mais responsáveis pela destruição do planeta”, enquanto a crise climática é “a questão que define a vida da maioria dos estudantes”. A campanha é apoiada pelo Sindicato Nacional dos Estudantes e pelo Sindicato das Universidades e Colégios, que representa os acadêmicos e o pessoal de apoio.
“A abordagem ajuda as gerações futuras a tomar decisões de carreira significativas. Com isso, estamos apoiando o desenvolvimento de uma força de trabalho sustentável para o futuro.”, disse Lynda Powell, diretora executiva de operações da Wrexham Glyndwr University (WGU), ao The Guardian.
A política da WGU afirma: “Levamos a sério nossa responsabilidade com a justiça social e climática… existem algumas indústrias que vemos como barreiras fundamentais para um mundo mais justo e sustentável”.
“De acordo com o compromisso da UAL com a justiça climática e seu propósito social, ela não trabalha com empresas nas indústrias de combustíveis fósseis, mineração, armas ou tabaco", falou David Mba, vice-reitor da University of the Arts London. A política da Universidade de Bedfordshire afirma que as empresas de combustíveis fósseis estão excluídas de todas as atividades, incluindo feiras de carreiras e estágios.
J Clarke, da People & Planet, afirmou que “Todas essas três universidades devem ser reconhecidas por sua liderança climática. É vital que nossas universidades mostrem com ações, não com palavras, que estão do lado da justiça climática e não das indústrias que nos levam a uma crise climática que está prejudicando primeiro e pior os menos responsáveis”.
O jornal revelou em maio que as maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo estavam planejando dezenas de projetos “bomba de carbono” de petróleo e gás que levariam o clima além dos limites de temperatura acordados internacionalmente e levariam a impactos globais catastróficos. António Guterres, o secretário-geral da ONU, disse aos estudantes americanos naquele mês: “Não trabalhem para os destruidores do clima. Use seus talentos para nos levar a um futuro renovável.”
Protestos estudantis já visaram eventos de carreiras de combustíveis fósseis, inclusive na Universidade de Oxford, onde os estudantes bloquearam um evento do grupo de mineração Glencore, e na Universidade de Sheffield, onde um protesto impediu os eventos da BP e da ExxonMobil.
Cerca de 20% das universidades do Reino Unido já proibiram certos setores de seus serviços de carreira, incluindo as indústrias de tabaco, pornografia e jogos de azar. Quase dois terços das universidades do Reino Unido desinvestiram seus fundos de dotação de combustíveis fósseis.