Conteúdo editorial apoiado por
IM Trader

Ibovespa fecha em alta de 0,53%, com exterior e recuo do risco fiscal; dólar cai 0,07%, a R$ 5,20

Dia foi marcado por baixo volume de negociações e noticiário econômico e político esvaziado

Vitor Azevedo

Publicidade

O Ibovespa fechou em alta de 0,53% nesta quarta-feira (21), aos 107.433 pontos, em sua terceira sessão de ganhos seguida. O principal índice da Bolsa brasileira reagiu, em parte, o noticiário interno, mas também acompanhou um otimismo provindo do exterior.

Em Nova York, os principais índices fecharam em alta, em uma segunda sessão de ganhos após dias negativos, com os resultados trimestrais de duas grandes companhias – Nike e FedEx. O Dow Jones ganhou 1,60%, o S&P 500, 1,49%, e o Nasdaq, 1,54%.

“Ficamos muito vendidos e o mercado estava procurando uma desculpa para se recuperar, e os números da Nike e da FedEx forneceram isso”, disse Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research à CNBC. “Eu realmente questiono, no entanto, se isso será duradouro”.

Continua depois da publicidade

Quanto ao cenário interno, foi o maior destaque a aprovação, no segundo turno, da PEC de Transição na Câmara dos Deputados – que segue para o Senado.

“A PEC da transição continua no radar e traz volatilidade ao mercado brasileiro. Na prática, a proposta de uma PEC mais enxuta irá refletir no campo fiscal e faz com que os juros futuros recuem por toda curva, e isso favorece a tomada de risco no curto prazo”, comenta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

A proposta aprovada hoje, e que já era ventilada, prevê a elevação do teto de gastos em R$ 145 bilhões e limita a alteração a 2023. O número e o período são menores do que os R$ 200 bilhões e os dois anos de duração desejados anteriormente por parte do Congresso.

Continua depois da publicidade

Apesar de o DXY, que mede a força do dólar frente outras divisas no mundo, ter fechado em alta de 0,23%, a moeda americana teve leve recuo de 0,07% frente ao real, negociada a R$ 5,203 na compra e na venda.

A curva de juros brasileira, por sua vez, recuou em bloco. Os DIs para 2024 fecharam com uma taxa de 13,75%, com menos três pontos-base, e os para 2025, a 13,25%, com menos 11,5 pontos. Os contratos para 2027 perderam 9,5 pontos, a 13,10%%, e os para 2029, nove pontos, a 13,08%. Os DIs para 2031, por fim, recuaram  11 pontos, a 13,06%.

“O dólar fechou em ligeira queda, refletindo também o ligeiro bom humor dos ativos de risco. Contratos de juros futuros também caem hoje, especialmente juros mais longos, devido ao aparente alívio fiscal com a PEC desidratada. O mercado ficou otimista com a redução de um ano dos gastos fora do teto, o que deve trazer alívio fiscal. O movimento de queda de juros também segue as quedas das treasuries nos EUA”, explica Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

Continua depois da publicidade

Entre as principais altas do Ibovespa, com isso, ficaram ações ligadas ao mercado interno. As ordinárias da Hapvida (HAPV3) ganharam 4,49%, as da Rede D’Or (RDOR3), 4,48%, e as da SulAmérica (SULA11), 6,33%.

“Temos Rede D’Or e SulAmérica e outras empresas de saúde subindo bem hoje, depois da aprovação do CADE em relação à compra das ações da SulAmérica pela Rede D’Or. Os conselhos concluíram ontem a fusão das companhias, o que impacta de forma positiva para ambos os papéis hoje”, diz Petrokas.

Além dessas ações, chamaram a atenção também, dentre as altas do Ibovespa, os papéis da IRB (IRBR3), que fecharam com mais 24,69% após a companhia divulgar resultados de outubro. Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) também subiram bem, repercutindo a medida provisória que zerou alíquotas do PIS e Cofins para as companhias aéreas.

Continua depois da publicidade

Petrobras (PETR3;PETR4) viu seus ativos subirem mais de 2%, também na esteira da alta do petróleo, com o brent subindo 2,8%, a US$ 82 o barril, depois que dados mostraram uma redução maior do que o esperado nos estoques dos Estados Unidos, ainda que os ganhos da commodity tenham sido limitados por uma tempestade de neve que deve atingir as viagens no país neste final de ano.