Eleições 2022
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Por Jussara Soares e Alice Cravo, O Globo — Brasília

Uma semana após o primeiro turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro esteve nesta segunda-feira com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Segundo militares ouvidos pelo GLOBO, um dos assuntos tratados foi a fiscalização que as Forças Armadas se propuseram a fazer nas urnas eletrônicas. Oficialmente, o encontro foi marcado para que o presidente recebesse o relatório sobre as operações de garantia da votação e apuração (GVA).

Ao final da primeira etapa da disputa, o Ministério da Defesa, junto com as Forças Armadas, produziu um relatório contendo conclusões sobre a segurança do processo eleitoral. Não há previsão, contudo, de quando o documento será divulgado.

Militares envolvidos nas operações de fiscalização afirmaram ao GLOBO que as Forças Armadas seguem estritamente o previsto nas resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que, pelas normas, não há qualquer obrigação de dar publicidade às conclusões. Em caso de sugestões e observações, afirmam que serão direcionadas diretamente à Corte.

Há, contudo, expectativa até mesmo entre apoiadores de Bolsonaro sobre as conclusões do trabalho realizado pelos militares, uma vez que questionamentos feitos pelas Forças Armadas ao processo eleitoral vinham sendo tratados pelo presidente para levantar suspeitas, sem provas, sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Nesta segunda-feira, o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, acolheu um pedido do Ministério Público junto à Corte para que o Ministério da Defesa envie o relatório da fiscalização das eleições. Em um curto despacho, Dantas encaminhou à pasta o pedido de explicações formulado pelo subprocurador Lucas Rocha Furtado na última sexta-feira. No requerimento, o membro do Ministério Público pediu, "com a urgência que o caso requer".

Integrantes do núcleo da campanha de reeleição de Bolsonaro, contudo, já o aconselharam a não questionar publicamente a segurança das urnas eletrônicas no segundo turno. Nem mesmo a tratar sobre o trabalho realizado pelas Forças Armadas. A orientação é que o tema fique concentrado no ministro da Defesa.

A avaliação é que as declarações mobilizariam apenas eleitores que já fazem parte da sua base e afastariam aqueles que estão fora da sua bolha eleitoral. O conselho, no entanto, também foi dado na primeira etapa do pleito, mas não foi seguido pelo presidente.

Bolsonaro passou boa parte do primeiro turno questionando a segurança das urnas eletrônicas e já afirmou em mais de uma ocasião que apenas aceitaria o resultado do pleito em "eleições limpas e transparentes", sem nunca detalhar o que isso significa.

Não há registro de fraude desde que as urnas eletrônicas começaram a ser usadas no país, em 1996.

Bolsonaro usou diversas vezes os questionamentos feitos pelas Forças Armadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante os trabalhos na Comissão de Transparência das Eleições (CTE) para afirmar que não havia transparência no processo. Afirmou, também, que não havia interesse da Corte em melhorar o sistema eleitoral por falta de resposta ao Exército sobre as sugestões feitas. O Tribunal, no entanto, respondeu e esclareceu todos os pontos levantados pelos militares.

Neste domingo, durante conversa com jornalistas, Bolsonaro afirmou que não trataria sobre o relatório de fiscalização produzido pelas Forças Armadas e que isso seria função do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Segundo a agenda oficial da presidência, os dois se reuniram na tarde desta segunda-feira.

— As Forças Armadas para participar da Comissão de Transparência Eleitoral, fizeram o seu trabalho. Gente do Comando de Defesa Cibernética trabalhou antes, durante e no momento trabalha em cima disso também. A informação que eu tenho que qualquer sistema informatizado nunca vai ter uma garantia 100% de confiabilidade. O ideal, como eu tenho ouvido falar, é voltarmos ao voto imprensa, mas deixo bem claro deixa para o futuro isso ai, e assim se evita qualquer suspeição de possível manipulação.

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