O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), cotado para presidir a Comissão de Assuntos Econômicos no Senado graças a um acordo que envolve o PT, sinalizou a aliados que não pretende apoiar qualquer investida contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto. É atribuição da CAE escrutinar as ações do Executivo na área econômica – antes de assumir, o presidente do BC e os diretores são sabatinados nesta comissão. Vanderlan tem dito que a tensão é “coisa de momento” e que vai passar. Mesmo petistas avaliam que é cedo para falar em convocar o executivo para esclarecimentos. Na visão desses senadores, até março, quando as comissões forem instaladas, o clima será outro e, se houver ofensiva, ela ocorrerá pela Câmara.
OLHA. O risco é a defesa do BC e do seu presidente aglutinar os senadores que hoje se declaram independentes à oposição, que começa o ano legislativo com uma pauta pronta para disparar contra o governo.
IDEIAS. Petistas consideram que a decisão do partido de convocar Campos Neto a dar explicações age mais do campo “simbólico”, ou seja, pode ter pouco efeito prático. Desde a semana passada, deputados do partido diziam nos bastidores que a disputa agora é para “ganhar a narrativa de que Lula está certo” e atacar a independência do BC, aprovada no governo Bolsonaro.
SUPERFÍCIE. Contumaz crítico dos juros altos, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, não deu nenhuma declaração pública até agora contra Campos Neto. A aliados, disse que não vai interferir no campo de Fernando Haddad.
PRONTO, FALEI! Izalci Lucas, senador (PSDB-DF)
“Seria normal chamá-lo, mas não agora, com a pressão do governo. Aumentaria os juros”, disse, sobre ideia de convocar Campos Neto ao Congresso.