Finanças
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Talita Moreira e Fernanda Guimarães, Valor — São Paulo


A Americanas deve apresentar aos bancos na próxima quinta-feira (16) uma proposta de renegociação de dívidas. O Valor apurou que os credores foram convocados para uma reunião nesse dia com Luiz Muniz, sócio do banco de investimentos Rothschild, que assessora a varejista, e Roberto Thompson, sócio da 3G Capital, empresa de investimentos de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.

A participação de Thompson, que fez parte do conselho de administração da Americanas entre 2004 e 2020, é a grande novidade. Como ele é próximo dos acionistas de referência da varejista, a presença dele foi interpretada pelos bancos como um sinal de que o trio poderá propor uma capitalização da companhia. Ele estaria com mandato para falar em nome dos três, segundo fontes.

Do lado das instituições financeiras, o sentimento é o de que não há espaço para negociação se os acionistas não fizerem um aporte relevante de recursos para viabilizar a companhia.

Um mês atrás, logo que a crise da varejista eclodiu, a Americanas acenou com uma proposta que previa uma capitalização da empresa em cerca de R$ 6 bilhões e a conversão de parte das dívidas bancárias por meio da emissão de uma debênture conversível em ações. Esse desenho foi transmitido, na ocasião, por Sérgio Rial, que havia se demitido do cargo de CEO da varejista, mas estava ali como um intermediário dos acionistas de referência.

O volume de recursos foi considerado insuficiente pelos bancos, que falam na necessidade de uma injeção de capital de pelo menos R$ 15 bilhões para resgatar a Americanas.

De lá para cá, o clima entre os bancos e os acionistas da companhia desandou. Em uma carta na qual se pronunciou sobre o caso, o trio procurou isentar-se de culpa e disse que nem os bancos nem a auditoria PwC jamais sinalizaram que havia operações suspeitas na varejista. As instituições financeiras, por sua vez, foram à Justiça para tentar obter provas que as ajudem a responsabilizar os acionistas de referência pelo que consideram ter sido uma fraude. A Americanas revelou, em 11 de janeiro, ter encontrado “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões em seus balanços.

Na semana passada, Sicupira esteve no Brasil e manteve conversas com banqueiros. Porém, nesses encontros, não apresentou nada concreto.

De acordo com a lista atualizada de credores da Americanas na recuperação judicial, a empresa deve R$ 17,88 bilhões a bancos. A crise da companhia fez estrago nos balanços das instituições financeiras no quarto trimestre. Santander, Bradesco, Itaú Unibanco e BTG Pactual fizeram R$ 8,3 bilhões em provisões relacionadas ao caso.

Procurada, a Americanas não comentou o assunto.

 — Foto: Dado Galdieri/Bloomberg
— Foto: Dado Galdieri/Bloomberg
Mais recente Próxima Bolsas de NY fecham em alta forte à espera dos dados de inflação dos EUA
Tudo sobre uma empresa
Acesse tudo o que precisa saber sobre empresas da B3 em um único lugar! Dados financeiros, indicadores, notícias exclusivas e gráficos precisos - tudo para ajudar você a tomar as melhores decisões de investimento
Conheça o Empresas 360

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Gigante brasileira J&F, da família Batista, e empresário Jackson Wijaya, da Paper Excellence, disputam controle da Eldorado e agora dividendo é novo novo motivo para briga entre sócios

Celulose, R$ 15 bilhões e o dragão chinês: os símbolos da maior disputa corporativa em curso no Brasil

Promover uma maior accountability da ciência utilizada para fins regulatórios é um passo necessário para que a nova regulação dos agrotóxicos possa efetivamente equilibrar os diversos valores e interesses em jogo

O governo vai convidar nas próximas semanas o setor privado para participar de grupo de trabalho

O split payment, mecanismo a ser implementado, vai permitir que o tributo seja recolhido de forma simultânea ao pagamento

Sistema de pagamento previsto na reforma dificultará a sonegação

Participação de 10,2% está longe dos 20,8% de 2015, época em que o país tinha grau de investimento

Estrangeiro volta a ampliar fatia na dívida pública

Verdadeiros trouxas aqui são os profissionais que não tomaram cuidado com as exposições a risco

Nova saga das ‘ações meme’ revela quem são os verdadeiros trouxas dos mercados

Tom mais consternado que otimista marcou conversas entre empresas, bancos e fundos em série de eventos em Nova York

Investidor externo se mantém em compasso de espera no Brasil

Juro alto trouxe avaliação das companhias para nível mais racional, com foco de empreendedor em lucratividade e eficiência

Após aperto, capital em novatas ‘tech’ deve ter boa safra