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Ibovespa sobe 0,70%, com exterior e rumores sobre debate de metas de inflação; dólar cai 0,87%, a R$ 5,17

Investidores continuam a monitorar questão da meta da inflação no Brasil e aguardam publicação de dados de preços nos Estados Unidos

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 0,70% nesta segunda-feira (13), aos 108.836 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em grande parte, o que foi visto no exterior, mas também repercutiu o noticiário interno.

De acordo com alguns veículos, como o Valor, o ministro da Fazendo Fernando Haddad teria conseguido acertar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a postergação do debate sobre a mudança do regime de meta de inflação – ao menos até depois da aprovação de um novo arcabouço fiscal.

“As chances de uma reforma tributária é lida como positiva, mas a chance do Conselho Monetário Nacional (CMN) mudar a meta da inflação, bem como os constantes ataques dos partidários do presidente da república à independência do Banco Central, trazem volatilidade”, explica Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, por sua vez, dará entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira. A gravação estava prevista para o final da tarde e irá ao ar a partir de 22h (horário de Brasília).

O dólar comercial caiu 0,87% frente ao real, negociado a R$ 5,176 na compra e a R$ 5,177 na venda. A moeda brasileira ganhou força frente à americana, mesmo com o DXY, índice que mede a força da divisa estadunidense frente a outras de países desenvolvidos, caindo menos (0,34%) e com as commodities recuando, o que diminui o poder de troca do real.

A curva de juros brasileira fechou mista. Os DIs para 2024 e 2025 ganharam, respectivamente, cinco e três pontos-base, a 13,51% e 12,95%. Os contratos para 2027 perderam quatro pontos-base, a 13,08%, e os para 2029 e 2031 recuaram, ambos, sete pontos, a 13,33% e 13,44%.

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Por fim, ajudaram a puxar o Ibovespa as ações do setor financeiro. Os papéis ordinários e preferenciais do Bradesco (BBDC3;BBDC4) avançaram, respectivamente, 2,93% e 3,55%, se recuperando das fortes baixas de sexta, sessão após a divulgação do resultado. As preferenciais do Itaú (ITUB4) subiram 3,53% e as unitárias do BTG Pactual (BPAC11) avançaram 2,46%, após o balanço deste último ser bem recebido por analistas.

Além disso, rumores de que o governo pretende apresentar em breve uma nova tabela de correção de imposto de renda puxou ações de varejistas. As ordinárias da Magazine Luiza (MGLU3) subiram 3,51% e as da Via (VIIA3), 5,37%.

“Ibovespa negocia a múltiplos atrativos, mas o stress gerado na curva de juros dificulta uma alta mais expressiva para os ativos de risco. Sendo assim, enquanto o risco fiscal estiver presente, o mercado deve ter dificuldades seguir com ganhos mais substanciais e seguirá mais seletivo em busca de oportunidades”, comenta Leandro De Checchi, analista de Investimentos da Clear. Cabe destacar que o debate sobre mudança na lei das estatais também segue no radar, aumentando a aversão a risco do mercado.

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Nos Estados Unidos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 1,11%, 1,14% e 1,48%.

“Os mercados iniciam a semana em alta, com investidores no aguardo dos dados de inflação ao consumidor (CPI) nos EUA em busca de pistas para precificar as próximas decisões de política monetária do Comite Federal de Mercado Aberto [Fomc, na sigla em inglês]”, explica De Checchi. “Com os fortes dados de mercado de trabalho divulgados pelo payroll no início do mês, o Fed pode seguir com sua política de juros elevados por mais tempo com o intuito de trazer a inflação à meta”.

Mesmo assim, hoje o dia foi de tendência de juros em baixa nos Estados Unidos. Os treasuries yields para dez anos fecharam a 3,705%, com menos 3,8 pontos-base, enquanto os para dois anos ficaram estáveis, a 4,52%.