BRASÍLIA — O presidente do DEM, ACM Neto , se reunirá com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , nessa quarta-feira, em Brasília. Embora três deputados do partido tenham sido escolhidos ministros pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, Neto sustenta que a legenda ainda não decidiu sua posição sobre o futuro governo.
— Será a primeira conversa. Vou ouvir mais do que falar. Ao partido, interessa conhecer a agenda econômica e social do governo — diz ACM Neto, acrescentando que futuramente, "em um momento oportuno", reunirá o partido para a decisão sobre integrar ou não a base de Bolsonaro.
Ele diz que Tereza Cristina (Agricultura), Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Lorenzoni são escolhas de Bolsonaro, e não indicações partidárias.
— São quadros qualificadíssimos. Mas escolhas do presidente — afirma.
Questionado sobre a estratégia adotada por Bolsonaro de acolher indicações de bancadas de cada setor, e não dos partidos, ele diz que "o tempo dirá se funcionará".
— É claro que acabar com o toma lá, dá cá é importante. Mas isso não vai afastar a necessidade de fazer uma articulação política — diz.
Sobre a reeleição de Rodrigo Maia ao comando da Câmara, o prefeito de Salvador diz que o argumento de que o DEM já está "muito fortalecido" nos próximos anos, com pelo menos três ministros, e deveria ceder a presidência da Câmara a outro partido não é válido:
— Não tem como misturar eleições da Câmara com governo. Isso é assunto da Casa, do Legislativo. O DEM não pediu nada a Bolsonaro. As escolhas são dele.
Já o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), coordenador da bancada da bala e aliado de Bolsonaro, diz que a indicação do terceiro ministro filiado ao DEM já começou a causar "ciúmes" no plenário da Câmara dos Deputados e pode atrapalhar a reeleição de Maia à Presidência da casa.
— Não são indicações que vieram do DEM, e sim de Bolsonaro. Mas vão atrapalhar, sim, a reeleição de Maia. A escolha já causou ciúmes dentro do plenário, especialmente de partidos com mais deputados que não têm nenhum ministério ainda, como o MDB, PP e PR — afirmou ao GLOBO.