Por g1 SP e TV Globo — São Paulo


Estação Pedro II, da Linha 3-Vermelha do Metrô de SP — Foto: Metrô SP

Em uma assembleia na noite desta quarta-feira (22), os metroviários de São Paulo aprovaram a realização de uma greve a partir da 0h desta quinta (23) e por tempo indeterminado.

Segundo o Sindicato dos Metroviários, os trens das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata terão circulação restrita. As linhas 4-Amarela e 5-Lilás funcionarão normalmente.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) informou que o rodízio de veículos foi suspenso nesta quinta-feira.

Em nota, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos informou que "o Metrô vai acionar seu plano de contingência para garantir o funcionamento mínimo do sistema, reduzindo os transtornos à população".

Ainda segundo a STM, as cinco linhas de trens da CPTM funcionam normalmente. A companhia irá ampliar o horário de pico, em caso de necessidade.

"As transferências para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô permanecerão fechadas em todas as estações com conexão à CPTM. Na Estação Corinthians-Itaquera, para garantir a segurança dos passageiros, será realizado procedimento de contenção de fluxo na entrada. As principais estações contarão com reforço no quadro de colaboradores da operação, especialmente os de segurança. Já as transferências com as linhas 4-Amarela e 8-Diamante funcionarão normalmente nas estações Luz e Barra Funda", completou.

O Metrô informou que "não há justificativa para que o Sindicato dos Metroviários declare greve reivindicando o que já vem sendo cumprido pela empresa".

A empresa disse ainda que acionará o plano de contingência para garantir o funcionamento mínimo do sistema. No entanto, o Metrô não deu detalhes sobre o plano. Veja a nota completa mais abaixo.

Em nota, a ViaQuatro e a ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e manutenção das linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô, respectivamente, informaram que as suas operações permanecerão normais nesta quinta.

"Visando o conforto e a segurança dos passageiros, as concessionárias poderão disponibilizar mais trens e implantar estratégias de controle de fluxo no acesso das estações, caso seja verificada a necessidade", diz o comunicado.

A operação das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos, geridas pela ViaMobilidade, permanecerá normal nesta quinta, segundo a concessionária, que poderá "disponibilizar mais trens e implantar estratégias de controle de fluxo no acesso das estações, caso seja verificada a necessidade".

Justiça do Trabalho

Mais cedo, sem acordo entre as partes, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) sugeriu que o sindicato e a Companhia do Metropolitano de São Paulo estabelecessem uma "cláusula de paz" e que a categoria suspendesse a greve, o que não aconteceu.  

O TRT-2 também indeferiu liminar a pedido do Metrô para fixar quantitativo mínimo de funcionamento dos trens caso ocorra a greve.

Nota do Metrô

"O Metrô entende que não há justificativa para que o Sindicato dos Metroviários declare greve reivindicando o que já vem sendo cumprido pela empresa, sendo que tal atitude só prejudica a população que depende do transporte público. 

O Metrô empenhou todos os esforços para atender aos pleitos do Sindicato, em acordo com a realidade econômica da Companhia. Essa realidade não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento, já que a empresa teve significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019. 

Ainda assim, a empresa cumpre integralmente com o Acordo Coletivo de Trabalho e com a regra estabelecida para a política de progressão salarial aos seus funcionários. Também concedeu de forma excepcional a progressão na carreira superior a regra estabelecida para os anos de 2020, 2021 e 2022. 

O Metrô acionará seu plano de contingência para garantir o funcionamento mínimo do sistema e conta com o bom senso da categoria para não prejudicar o transporte de milhões de pessoas. 

Importante destacar que a Companhia aumentou os salários de seus funcionários em 20% nos últimos 2 anos, enquanto o salário-mínimo teve aumento de 17%. Enquanto a maioria das empresas demitiam ou diminuíam o salário, o Metrô aumentou os salários, mesmo com prejuízo causado pela pandemia. O salário médio do funcionário do Metrô com gratificação por tempo de serviço é de R$ 10 mil e, se somarmos aqui os vales refeição e alimentação, o valor chega a R$ 11,5 mil, além de outros benefícios acima da média, muito além dos exigidos pela CLT, como previdência suplementar, plano de saúde sem mensalidade, hora extra de 100% (CLT determina 50%), adicional noturno de 50% (CLT determina 20%), abono de férias em cerca de 70% (CLT determina 1/3), gratificação por tempo de serviço 1% do salário-base por ano trabalhado; complemento salarial para afastados e auxílio creche/educação de R$ 854 e auxílio creche/educação para filhos com deficiência de R$ 1,7 mil, dentre outros, o que não é a realidade atual de mais de 90% da população brasileira."

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