Conteúdo editorial apoiado por
IM Trader

Ibovespa sobe 0,85% e dólar cai a R$ 5,20 em sessão de ajustes e com menor aversão ao risco no exterior

Compra do SVB pelo First Citizens diminui temor de que há problemas, ou risco sistêmico, no setor financeiro americano

Vitor Azevedo

Publicidade

O Ibovespa fechou em alta de 0,85% nesta segunda-feira (27), aos 99.670 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira subiu na esteira do que foi visto no exterior, em dia de maior apetite por risco e na segunda alta seguida após o benchmark da bolsa ter renovado mínimas desde julho na última quinta-feira.

Em Nova York, Dow Jones e S&P 500 e avançaram, respectivamente, 0,60% e 0,16%. Já o Nasdaq caiu 0,47%.

“Hoje temos uma maior alocação em risco, o que começou lá fora, no mercado global. No final de semana, as notícias dos bancos regionais dos Estados Unidos foram positivas. O SVB foi comprado pelo maior banco regional americano, o que foi visto como bom”, comenta Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset.

Continua depois da publicidade

O First Citizens fechou compra do Silicon Valley Bank (SVB), que quebrou há cerca de duas semanas, de ontem para hoje.  A transação envolveu uma venda de US$ 119 bilhões em depósitos e US$ 72 bilhões em empréstimos do SVB, com um desconto de US$ 16,5 bilhões.

O índice VIX, considerado o índice do medo, recuou 4,60%, aos 20,74 pontos.

Os treasuries yields, com o maior apetite ao risco, avançaram, tendo de pagar prêmios melhores – o para dois anos subiu 24,6 pontos-base, a 4,023%, e o para dez anos, 16,3 pontos, a 3,541%. Em parte, a alta do juros explica o fato de o Nasdaq, com maior presença de companhias de tecnologia, ter sido o único índice americano a recuar no pregão, com baixa de 0,47%.

Continua depois da publicidade

“Com a redução das preocupações com o setor bancário nos EUA, o Ibovespa se sustentou em campo positivo e ficou próximo de retornar aos 100 mil pontos, após o First Citizens anunciar a compra de parte dos ativos do Silicon Valley Bank (SVB)”, debate Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

O dólar, com isso, caiu mundialmente. O DXY, que mede a força da moeda frente a outras de países desenvolvidos, caiu 0,23%. Frente ao real, a queda foi de 0,85%, a R$ 5,206 na compra e a R$ 5,207 na venda.

“No Brasil, mesmo com o avanço de hoje, o mercado ainda opera com cautela, no aguardo da ata do Copom referente à reunião da semana passada, mas também com esperança de que a discussão do arcabouço fiscal possa avançar após o adiamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. Esta perspectiva ajudou para que os juros futuros médios e longos operassem em leve baixa”, diz Nishimura.

Continua depois da publicidade

Os DIs para 2024 fecharam estáveis, a 13,06%. As taxas dos DIs para 2025 e 2027 recuaram, respectivamente, três e cinco pontos, a 11,90% e 12,15%. Os contratos para 2029 e 2031 perderam ambos nove pontos, a 12,15% e 12,66%.

“As ações das varejistas se beneficiaram do bom humor do mercado e da queda dos juros futuros”, adiciona o especialista da Nomos. As ações ordinárias da Via (VIIA3) subiram 3,21% e as do Magazine Luiza (MGLU3), 3,41%.

Martinez destaca ainda o setor bancário brasileiro, que se beneficia do menor temor com a saúde do setor financeiro americano, e o de petróleo, que surfa a alta da commodity, com o barril Brent disparando 4,28%, a US$ 78,21, com o menor pessimismo para a economia mundial.