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Diretor do Instituto Ayrton Senna é cotado para Educação; instituto e Bolsonaro negam

Sergio Lima/Folhapress
Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Gustavo Maia*

Do UOL, em Brasília

21/11/2018 15h24Atualizada em 23/11/2018 11h04

O ex-reitor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Mozart Neves Ramos é cotado para assumir o Ministério da Educação do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), segundo apurou o UOL com uma fonte ligada à equipe de transição.

Pelas redes sociais, o pesselista negou que a indicação esteja fechada.

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Em nota, o Instituto Ayrton Senna negou que Mozart tenha sido convidado para assumir o MEC, mas confirma que o diretor se encontrará com Bolsonaro nesta quinta (22). De acordo com a instituição, Mozart se encontrará com o presidente eleito em Brasília para participar de uma “reunião técnica”.

Ainda segundo a nota, o encontro acontecerá para “dar continuidade” a uma reunião feita na semana passada com o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, quando foram apresentados “um diagnóstico e caminhos de melhoria para a educação brasileira” preparados pelo instituto.

A reportagem tentou entrar em contato com Mozart pelo celular, mas o educador respondeu por mensagem que não podia falar no momento.

Mozart é diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, presidido pela irmã do automobilista, Viviane Senna, que é apoiadora de Bolsonaro e se reuniu com o presidente eleito nas últimas semanas. Ele foi secretário de Educação do governo de Pernambuco, entre 2003 e 2007, nas gestões de Jarbas Vasconcelos (MDB) e de Mendonça Filho (DEM).

Viviane Senna também negou que tenha planos de aceitar um convite para assumir o MEC. “Eu acredito que a educação é um desafio de toda a sociedade, e não só do poder público”, afirmou, por meio de nota.

Formado em engenharia química pela UFPE, Mozart ficou no comando da universidade de novembro de 1995 a fevereiro de 2003. Ele tem doutorado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e pós-doutorado pela Politécnica de Milão, na Itália.

Mozart também já presidiu a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), em 2002 e 2003, e o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), em 2006. Também foi presidente executivo da ONG Todos Pela Educação de 2007 a 2010 e membro do CNE (Conselho Nacional de Educação) de 2005 a 2014.

Em 2016, Mozart chegou a ser sondado para comandar o MEC na gestão de Michel Temer (MDB) por auxiliares do então vice-presidente, mas disse que estava "muito feliz" no Instituto Ayrton Senna e que assumir a pasta não estava nos seus planos.

Ele afirmou, entretanto, que estava disposto a atuar como coadjuvante. O escolhido, na época, foi o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), que ficou no cargo até abril desse ano.

Mozart seria o primeiro nordestino a integrar o primeiro escalão do governo Bolsonaro, que até o momento tem 11 ministros confirmados.

Há exatamente uma semana, Mozart participou de uma reunião com a equipe de Bolsonaro ao lado de Viviane Senna. "O Instituto Ayrton Senna foi convidado pela equipe do governo eleito para apresentar um diagnóstico e caminhos de melhoria da educação brasileira", informou a entidade, em nota.

Na ocasião, ele disse que a reunião havia sido de caráter técnico e que não houve sondagens ou convites para assumir o ministério. Psicóloga, Viviane era cotada para o cargo. (*Colaborou Ana Carla Bermúdez, do UOL em São Paulo)