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    Produção industrial cai 0,3% em janeiro, diz IBGE

    Na comparação com janeiro do ano passado, indicador apresentou variação de 0,3%; em 12 meses, indústria acumula recuo de 0,2%.

    Thâmara Kaoruda CNN

    em São Paulo

    A produção industrial do Brasil registrou queda de 0,3% em janeiro na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (30).

    Segundo o instituto, com esse resultado, o setor se encontra 2,3% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

    O resultado negativo de janeiro vem após uma variação nula em dezembro de 2022, quando interrompeu dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1,5%.

    “Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora de comportamento no fim do ano, uma vez que marcou saldo positivo nos últimos meses de 2022, inicia o ano de 2023 com perda na produção, e permanece longe de recuperar as perdas do passado recente”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.

    O especialista do IBGE afirma que em janeiro de 2021 a indústria chegou a superar o patamar pré-pandemia, ficando 4% acima. Porém, questões na demanda doméstica e na oferta afetaram o ritmo da produção.

    “Além dos fatores que impactam na renda disponível das famílias – inflação alta de alimentos, elevada taxa de juros impactando na concessão de crédito e endividamento, trabalhadores na informalidade ou fora do mercado de trabalho –, a indústria também foi afetada por restrições de oferta, dificuldades de obtenção de matérias-primas, componentes eletrônicos e insumos para a produção dos bens finais”, analisa.

    Na comparação com janeiro do ano passado, o indicador apresentou variação de 0,3%. Em 12 meses, a indústria acumula recuo de 0,2%.

    Categorias

    O IBGE informou que de dezembro para janeiro, três das quatro grandes categorias econômicas e 11 dos 25 ramos pesquisados apresentaram recuo. As influências negativas mais significativas foram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-13%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6%), produtos alimentícios (-2,1%).

    Em produtos farmoquímicos, Macedo destaca que a volatilidade é uma característica do setor. “Além de ser uma atividade que mostra oscilações acentuadas de um mês para o outro, há também uma base de comparação elevada, pois o setor vem de uma sequência de 3 meses no campo positivo, com um ganho acumulado de 27,1%”, declara.

    Já o setor de automóveis intensifica a queda de 3,7% registrada em dezembro de 2022, influenciado pela redução na produção de caminhões a partir de janeiro de 2023, devido à transição para uma nova tecnologia que reduz a emissão de gases poluentes.

    “Além desse fator pontual, que explica também a queda na produção de bens de capital, observou-se ainda redução na produção de automóveis, que afeta também a produção de bens de consumo duráveis. Essa redução na produção de automóveis tem a lógica de um mercado doméstico que não mostra reação”, contextualiza.

    No caso dos produtos alimentícios, Macedo diz que a atividade vinha de três meses consecutivos de crescimento, acumulando avanço de 19,7%.

    “Além dessa base de comparação elevada, dois grupamentos chamam atenção: açúcar e carnes, tanto de bovinos quanto aves e suínos. Porém, esse comportamento negativo, até aqui, é algo muito mais pontual do que propriamente uma trajetória descendente desse segmento”.

    No campo positivo, o destaque foi para o setor extrativo, com alta de 1,8% após dois meses no campo negativo, que acumularam queda de 7,7%.