Bernardo Mello Franco
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Bernardo Mello Franco

Um olhar sobre a política e o poder no Brasil

Informações da coluna

Bernardo Mello Franco

Colunista do GLOBO e da rádio CBN. Trabalhou na Folha de S.Paulo e no Jornal do Brasil. Foi correspondente em Londres e escreveu o livro "Mil dias de tormenta"

Por Bernardo Mello Franco

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, devem explicações pela facilidade com que extremistas de direita invadiram as sedes dos Três Poderes neste domingo.

Nomeado para lidar com as crises que envolvem militares, Múcio apostou na tática da acomodação. No dia em que tomou posse, afagou os bolsonaristas e classificou os acampamentos pró-golpe como “manifestações da democracia”.

Segundo Múcio, as concentrações em frente aos quartéis iriam “se esvair” naturalmente. Os atos terroristas deste domingo mostram que ele estava errado.

Responsável pela segurança em Brasília, Ibaneis também deve ser cobrado. Ele entregou a Secretaria de Segurança Pública ao delegado bolsonarista Anderson Torres, homem de confiança do antigo regime.

A escolha indica, na melhor hipótese, a falta de vontade política para desmontar as concentrações golpistas. Isso ficou claro neste domingo, quando a Polícia Militar do DF não mobilizou o contingente necessário para proteger a sede do Congresso.

O quebra-quebra na capital é a crônica de uma crise anunciada. Não faltaram avisos de que os acampamentos de extrema direita deveriam ter sido desmontados antes da posse do novo governo. Sem a leniência das autoridades, não estaríamos diante de uma versão candanga da invasão do Capitólio.

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