Conteúdo editorial apoiado por
IM Trader

Ibovespa fecha em alta de 2,04%, com impacto positivo de commodities; dólar cai 0,84%, a R$ 5,10

Além da alta das commodities por "efeito China", falas de Fernando Haddad em Davos também foram vistas como positivas

Vitor Azevedo

Publicidade

O Ibovespa fechou em alta de 2,04% nesta terça-feira (17), aos 111.439 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira, após três dias de quedas consecutivas, fechou em alta, com ajuda principalmente das companhias de commodities, e destoou daquilo visto nos Estados Unidos.

Em Nova York, Dow Jones e S&P recuaram, respectivamente, 1,14% e 0,20%, enquanto o Nasdaq conseguiu avançar 0,14%.

“Nos Estados Unidos, investidores esperam para ver o que será tratado em Davos e também repercutem balanços corporativos, com alguns pesando negativamente nos índices”, diz Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos.

Continua depois da publicidade

Hoje, o Goldman Sachs e o Morgan Stanley, dois dos principais bancos americanos, divulgaram seus resultados do quarto trimestre de 2022. As duas instituições financeiras apresentaram queda dos lucros, impactados pelo mau momento do mercado de capitais, mas investidores reagiram de forma oposta aos resultados.

Fora isso, as principais autoridades econômicas do mundo devem, ao longo da semana, dar novas sinalizações sobre o que enxergam para o futuro – apesar de, até então, o evento não contar com uma agenda fixa.

Falas realizadas em Davos por autoridades econômicas brasileiras ajudaram, em parte, o Ibovespa a fechar em alta.

Continua depois da publicidade

“No discurso de Fernando Haddad [ministro da Fazenda] em Davos, vemos até um comprometimento maior do que se esperava com a parte fiscal. Acho que é louvável  e vem desde que ele trouxe seu plano para contenção de déficits”, diz Arbetman. “O problema é que a economia não se move apenas por boas intenções, vemos ainda uma dificuldade grande para se executar o arcabouço da fazenda”.

A curva de juros brasileira reagiu positivamente. Os DIs para 2024 perderam 6,5 pontos-base, a 13,47%, e os para 2025, 12,5 pontos, a 12,51%. Os contratos para 2027 e 2029 recuaram, na sequência, 11 e 10 pontos, a 12,37% e 12,49%. Os DIs para 2031 ficaram em 12,54%, com menos oito pontos.

“Acho que a alta de hoje, apesar disso, está muito mais ligada à China. É o nosso principal parceiro e, mesmo com as dificuldades de cenário lá, não há duvida que uma China mais forte é muito interessante para o Brasil”, diz o especialista. “O país asiático divulgou um crescimento acima do consenso e pensando que o Brasil tem um peso muito grande das exportações das commodities em sua economia, isso é algo fundamental para explicar o nosso descolamento”.

Continua depois da publicidade

Ainda ontem de noite, a China divulgou que o seu Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre ficou estável na comparação com o terceiro trimestre, melhor do que as projeções de queda de 0,8% do mercado. A atividade da China cresceu 2,9% no quarto trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior, ante projeção Refinitiv de alta de 1,8%. A final do ano passado, o PIB chinês alcançou 121,020 trilhões de yuans (cerca de US$ 17,95 trilhões) 3% acima do verificado em 2021.

A divulgação, junto com as recentes notícias de que a China está diminuindo suas restrições impostas pela Covid Zero, fez diversas commodities dispararem.

“Hoje foi um dia de poucos destaques. Entre eles, porém, a alta expressiva das ações da Petrobras, que contribuem muito para a alta do Ibovespa. Isso é um reflexo direto do aumento do valor do petróleo no mercado mundial, que fez os papéis recuperarem as perdas recentes”, contextualiza Acilio Marinello, coordenador da Trevisan Escola de Negócios. “A China trouxe um crescimento fraco, mas acima daquilo esperado pelo mercado, o que puxa as commodities para cima”, acrescenta João Negrão, assessor de investimentos da SVN.

Continua depois da publicidade

Entre as principais altas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), com mais 7,04% e 6,16%, respectivamente. As ações da Cosan (CSAN3) ganharam 3,60%, as da São Martinho (SMTO3), 3,53% e as da BRF (BRFS3), 3,57%.

Com a queda de juros, porém, companhias ligadas ao mercado interno também foram destaque.

O dólar, com tudo isso, caiu 0,84% frente ao real, negociado a R$ 5,105 na compra e a R$ 5,106 na venda.